O Jornal O Estado de São Paulo, Estadão, publicou no último dia 8 de julho reportagem onde aponta o rota da propina paga pela empreiteira Odebrecht a pessoas ligadas a políticos e agentes públicos de todo o Brasil. Entre os supostos beneficiários desse propinoduto, o Estadão conta os supostos esquemas que teriam favorecido o ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB).
Com base em documentos, muitos dos quais ainda sigilosos, o Estadão refez de maneira inédita o caminho do dinheiro da Odebrecht em São Paulo, onde teriam sido pagos, entre maio de 2013 e maio de 2015, mais de R$ 200 milhões a pessoas ligadas a políticos de diferentes Estados e dos mais variados partidos.
De acordo com o jornal, o ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis, afirmou em sua delação premiada que durante um almoço com Marcelo Odebrecht ocorrido no dia 28 de março de 2014 no escritório da construtora em São Paulo, o então governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), pediu uma “contribuição” de campanha via caixa dois de R$ 50 milhões. Reis relatou ter dito ao tucano que o valor solicitado era “absolutamente inviável” e que a empresa efetuou pagamento de R$ 8 milhões a Perillo, sob o codinome ‘Master’.
A reportagem prossegue dizendo que o objetivo dos pagamentos supostamente feitos a Marconi Perillo era o interesse da empresa nas privatizações ou concessões dos serviços de transporte e saneamento de Goiás. Segundo o delator, Perillo destacou como intermediário para receber os pagamentos em seu nome o então presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón.
Já o delator Ricardo Ferraz, informa o Estadão, relatou em seu depoimento ter operacionalizado o pagamento de R$ 2,75 milhões de caixa dois a Perillo nas eleições de 2014 sob o codinome ‘Padeiro’. Ferraz contou ter repassado diretamente a Jayme Rincón as senhas usadas nas entregas de dinheiro da empreiteira.
O ex-governador de Goiás Marconi Perillo foi denunciado em junho deste ano pelo Ministério Público Federal (MPF) por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, sob a acusação de ter recebido R$ 17,8 milhões de propina da Odebrecht para favorecer a empreiteira em contratos no Estado.
Jayme Rincón, além de outras três pessoas, também foi denunciado na ação penal que tramita na 11ª Vara Federal do Estado de Goiás. Em outubro do ano passado, Perillo chegou a ser preso na Operação Cash Delivery por causa das mesmas acusações.
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