Segundo relatório técnico do Tribunal de Contas do Estado de Goiás, TCE-GO, o Poder Executivo de Goiás, comandado por Marconi Perillo (PSDB), “descumpriu o artigo 42 da LRF, o qual estabelece que é vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito”. E completam: “Em 31/12/2014 faltavam cerca de R$ 317 milhões ao Poder Executivo para o pagamento de suas obrigações”.
Malfeito ainda mais grave foi detectado pelos analistas do TCE-Go., que não se furtaram em afirmar, literalmente: “Esta unidade técnica detectou as seguintes irregularidades na operacionalização da conta centralizadora: saldo negativo do Tesouro Estadual com a conta centralizadora no montante de R$ 1.492.774.810,30, que denota alavancagem financeira do mesmo ao se apropriar dos recursos da conta centralizadora, ficando devedor para com a mesma e, consequentemente, para com os demais órgãos e entidades do Poder Executivo”.
E é justamente essa “pedalada” do Governo goiano que faz Marconi Perillo, sem nenhum pudor, envidar irrestrito apoio à Dilma Roussef na sua luta contra o TCU, que está prestes a rejeitar as contas presidenciais de 2014. Essa atitude do Governador de Goiás vai na contramão do que prega o seu partido, o PSDB, que é favorável à rejeição das contas e, ato contínuo, à abertura de um processo de impeachment contra a petista.
Assim como Marconi Perilo, que se apropriou da conta centralizadora do Estado, Dilma é acusada de se apropriar de dinheiro de bancos públicos para pagamento de programas sociais, o que é vedado por lei e constitui-se nas chamadas pedaladas fiscais. Por conta dessas “pedaladas”, Dilma corre sérios riscos de sofrer um processo de impeachment.
Como para Marconi Perillo é impossível explicar, à luz da LRF, suas pedaladas em Goiás e temendo um efeito cascata na reprovação das contas da Presidente Dilma, o Governador de Goiás não viu outra saída a não ser apoiar a articulação do Planalto para aprovar o balanço do Governo Federal no TCU.