Servidores da saúde estadual de Goiás reuniram-se na tarde de hoje, 13/08, em frente a sede da Secretaria, na Chácara do Governador, em Goiânia, em protesto contra a ameaça de corte de gratificações e outros direitos, propostos pela Secretaria da Fazenda do Estado.
Segundo representantes dos servidores que estiveram presentes à manifestação, a retirada da produtividade pode representar o corte de até 60% nos salários de alguns funcionários da saúde. “Tomamos conhecimento que a Secretária da Fazenda, alegando dificuldades financeiras e necessidade de reequilíbrio das contas públicas do Governo, pretende cortar as gratificações por produtividade e insalubridade dos servidores da saúde. Isso seria um absurdo e levaria à insolvência muitos trabalhadores, já que os benefícios representam até 60% do salário de alguns funcionários”, disse uma representante do Sindsaúde.
O Secretário da Saúde Estadual, Leonardo Vilela, informou, em reunião com o Sindsaúde, que a proposta realmente existe, mas que ela foi aventada pela Secretária da Fazenda Ana Carla Abrão e que o Governador Marconi Perillo ainda não tinha tomado conhecimento dessa intenção. “Quero assegurar a vocês que isso (o corte) não vai prosperar, primeiro porque não chegou ao governador, é uma proposta que chegou à Sefaz, e a Sefaz quer cortar tudo e todos, mas já comuniquei ao Governador que se tiver que cortar despesas não será no salário do servidor”, assegurou o Secretário, dizendo que irá propor que os cortes sejam feitos nas Organizações Sociais.
Os servidores, no entanto, prometem continuar a vigília e só arredarão pé quando for totalmente descartada a possibilidade de corte nos salários. Eles prometem, inclusive, iniciar uma greve na Saúde se a proposta continuar avançando, a fim de reconquistarem qualquer corte que porventura venham a ter.
O temor dos servidores da saúde faz todo sentido, uma vez que, desde que assumiu o quarto mandato, Marconi Perillo tem posto em prática um verdadeiro pacote de maldades contra o funcionalismo, como o corte e postergação de quinquênios, parcelamento de salários e limitação de abono de faltas. Com um rombo que já ultrapassa R$ 1,5 bilhão no caixa, a secretária Ana Carla Abrão não tem poupado os servidores, que estão sendo “chamados” a pagar o preço da má gestão estadual dos últimos 15 anos.