Iniciado o quarto mandato de Marconi Perillo (PSDB) à frente do Governo de Goiás, alguns aliados do próprio partido e outros da base vêm insistindo com a tese de um “projeto nacional” para o tucano. Vira e mexe aparece uma nota plantada nos meios de comunicação, simpáticos ao governo de Goiás, tentando induzir o povo goiano de que Marconi Perillo reúne condições de pleitear a presidência da república.
Não é necessário, entretanto, ser um cientista ou um analista político para saber que isso não passa de um pretexto pueril para desviar o foco da calamitosa situação que o Estado atravessa, fruto da má gestão do tucano Perilllo.
Do ponto de vista político, a nível nacional, Marconi Perillo não aparece sequer entre as cinco principais lideranças do PSDB, que tem entre suas maiores estrelas o Senador Aécio Neves, que teve 50 milhões de votos nas últimas eleições, e o Governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Com apenas 3% dos votos da federação, politicamente Goiás representa muito pouco no cenário nacional e por isso mesmo Marconi não é lembrado no resto do país como um nome de expressão.
Nacionalmente e de forma muito tímida, o Governador de Goiás é chamado de “Marcondes”, tamanha a sua insignificância no cenário nacional. Lá fora é muito mais conhecido como o governador supostamente envolvido no escândalo Cachoeira. Sua maior exposição na mídia nacional se deu quando da sua convocação para depor na CPMI do Congresso, aberta para apurar o seu suposto envolvimento no esquema desbaratado pela Operação Monte Carlo da PF. Durante 8 horas seguidas, Marconi esteve sob os holofotes da imprensa nacional. Corre no STJ inquérito que apura a participação do tucano no esquema.
Administrativamente, Marconi é pífio. Recentemente o Tribunal de Contas, em relatório que aprovou as contas de 2014 do governador, revelou que o rombo no Estado chega a R$ 1,492 bilhão. Sem dinheiro, o Estado começou a atrasar salários, antecipou pagamento de ICMS, retirou direitos dos servidores e caminha para mais arrocho no bolso do funcionalismo, tudo em nome de reequilibrar as contas. Os indicadores da violência, sob o governo de Marconi, são os piores da história do Estado. Desde que assumiu, em 1999, o número de homicídios subiu 230% e Goiás saiu de 18º para o 4º estado mais violento do país. O déficit de policiais militares é de 12 mil. Em 15 anos a dívida consolidada do Estado subiu R$ 9,32 bilhões, saindo de R$ 8,1 bilhão no ano 2000 para R$ 17,3 bilhões em 2015 e, por incompetência e vaidade política, o Estado de Goiás perdeu o seu maior patrimônio: a Celg, cujo controle acionário foi vendido à Eletrobrás por apenas R$ 56 milhões, ou 0,8% do seu valor de mercado.
Por tudo isso, o Projeto Nacional de Perillo nada mais é senão um fraco pretexto para desviar o foco da pior gestão que Goiás já teve, fato que caminha para levar-nos a um profundo e perigoso caos administrativo.