Defensores mais radicais do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ainda não conseguiram assimilar a declaração do chamado “mito”, onde ele afirma de forma muito clara e direta que pertence ao Centrão, um grupo político informal, formado por diversas legendas, e que já integrou, por exemplo, os governos de Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, Michel Temer e, agora, Bolsonaro.
Jair Bolsonaro foi eleito com o forte discurso ultra-direitista e ultranacionalista, de defesa da família e outros princípios conservadores. Bolsonaro prometeu ao seu eleitorado romper com o que chamava de “Velha Política” ou o toma-lá-dá-cá, que consiste em entregar cargos e outas benesses aos partidos em troca de uma suposta governabilidade.
A declaração do chamado “mito” caiu com uma bomba no meio bolsonarista, que até agora não sabe exatamente como defender o apoio ao “capitão” depois de tamanha incoerência entre sua aliança com o Centrão e o seu discurso de campanha. Nas redes sociais, bolsonaristas estão sendo obrigados a suportar chacotas depois que o próprio Jair Bolsonaro revelou-se mais do mesmo.
O vice-presidente Hamilton Mourão reconheceu nesta sexta-feira (23) que uma parte dos eleitores que votaram no presidente Jair Bolsonaro em 2018 pode ficar “um pouco” confusa pela aliança do governo com o grupo. Há de se concordar, no entanto, que altivez e coerência não são o forte da turma cuja principal característica é o negacionismo.
