Fora do MDB, partido que o projetou para a política e o alçou à condição de prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha terá o grande desafio de se acomodar numa oposição que tem, hoje, como seu maior fiador o ex-governador Marconi Perillo e o que restou do seu PSDB.
Derrotado nas eleições de 2018 para o Senado, quando foi apenas o 5º mais votado, o tucano que comandou Goiás por quatro mandatos enfrenta uma rejeição e um desgaste difíceis de serem superados, sobretudo pela situação que deixou o Estado ao fim do seu último mandato e pela quantidade de ações que enfrenta na justiça goiana.
Embora evite falar em alianças para a realização do seu projeto político, Mendanha já começa a enfrentar o inevitável dilema quanto a assumir essa inegável proximidade com Marconi Perillo, o que pode, sem dúvidas, jogar sobre seus ombros um peso que será difícil de carregar, principalmente durante uma campanha majoritária. Quando questionado que caminho seguirá, com quais partidos deve seguir em 2022, Mendanha tergiversa, limitando-se a dizer que seu partido, de agora em diante, é Goiás.
No entanto, nos seus últimos encontros políticos pelo interior do Estado, Mendanha esteve com o prefeito de Uruaçu, Valmir Pedro, e com o prefeito de Minaçu, Carlos Alberto Leréia, ambos do PSDB e dois dos principais aliados de Marconi Perillo. É verdade que Gustavo Mendanha tentará, a todo custo, evitar o passivo político/jurídico do marconismo, mas é fato que na oposição escolhida pelo prefeito de Aparecida esse é o grupo que dá as cartas.
Antes da saída de Mendanha do MDB, Daniel Vilela, presidente do MDB goiano, dizia não ver racionalidade na atitude do companheiro e amigo, já que ele estaria deixando o partido que o projetou, que lhe deu tudo que conquistou até hoje e que reúne seus verdadeiros companheiros, para se aliar justamente àqueles que são os adversários históricos do MDB em Goiás.