Em entrevista na tarde de ontem, segunda-feira (28/03), o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), pré-candidato ao governo de Goiás nas eleições de outubro próximo, disse que continua apoiando Bolsonaro, mesmo depois de ter sido preterido pelo presidente em detrimento do deputado federal Major Vitor Hugo.
Mendanha lutava para receber o apoio de Jair Bolsonaro e assim poder concorrer na condição de candidato do presidente em Goiás pelo PL. Com a negativa de Bolsonaro, o prefeito de Aparecida de Goiânia tenta uma última conversa com o Republicanos antes de bater o martelo com o Patriota. Ele tem até o dia 2 de abril próximo para se filiar a uma legenda e assim se apresentar apto à disputa.
A aproximação de Gustavo Mendanha ao bolsonarismo chamou a atenção de políticos e analistas políticos de Goiás, uma vez que o viés ideológico do ex-emedebista sempre esteve alicerçado mais ao centro-esquerda, longe da política de extrema-direita defendida por Jair Bolsonaro. No enfrentamento à pandemia, por exemplo, a diferença ideológica entre os dois ficou ainda mais evidente. Mendanha esteve muito mais ao lado do governador Ronaldo Caiado (UB), defendendo a ciência, a vacina e os protocolos sanitários de combate à pandemia, e muito mais distante do negacionismo do governo Federal.
Ao deixar o MDB, em setembro do ano passado, contrariado com a aproximação do partido com o governador Ronaldo Caiado, o prefeito de Aparecida de Goiânia esteve próximo dos partidos mais à esquerda, como o PSB de Elias Vaz, e chegou a cogitar a possibilidade de se lançar candidato ao governo de Goiás com apoio das forças de esquerda, como o próprio PT, que prepara palanque para o ex-presidente Lula em Goiás.
De acordo com ex-aliados de Gustavo Mendanha, o comportamento do político é motivado pelo desejo pessoal de derrotar o atual governador e isso o tem levado a um pragmatismo inexplicável do ponto de vista ideológico. Esse fato, dizem, tem causado um grande prejuízo à imagem de Gustavo Mendanha, que terá dificuldades para explicar ao seu eleitorado toda essa mudança de comportamento em relação ao seu passado político recente. “A gente encontra muita gente arrependida de ter votado em Bolsonaro em 2018, declarando que não vota mais no capitão. O Gustavo, contrariando essa lógica, faz o caminho inverso”, critica um emedebista.