Buscando um culpado pela falta de opção partidária em Goiás, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha se filiou ao Patriota, presidido em Goiás pelo marqueteiro Jorcelino Braga. Além de ser considerado um partido pequeno, Mendanha chega a um Patriota esvaziado do ponto de vista político, uma vez que suas maiores lideranças, a exemplo de Jânio Darrot, ex-prefeito de Trindade, Marden Jr, atual prefeito da cidade, e o deputado estadual Amauri Ribeiro, deixaram o partido e declararam apoio à reeleição de Ronaldo Caiado. O ex-emedebista disse em seu discurso de filiação, ocorrido no último sábado (02/04), que teria sido “cercado” para que não fosse para um partido com maior tempo de televisão. Ele não declarou, porém, quem o teria cercado.
Desde que deixou o MDB, em setembro do ano passado, Gustavo Mendanha passou a declarar que havia vários partidos buscando sua filiação. O que se viu desde então, no entanto, foi uma frenética busca de uma legenda por parte do ex-emedebista. O ex-prefeito transitou por todas as correntes ideológicas de Goiás. Chegou a cogitar a possibilidade de se filiar ao PSB de Ellias Vaz e fazer palanque para o ex-presidente Lula em Goiás, depois tentou insistentemente uma filiação ao PL de Magda Mofatto e Flávio Canedo, passando a defender seu nome como o candidato bolsonarista no Estado, mas foi barrado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro.
Gustavo tentou, também sem sucesso, uma filiação ao PP e ao Podemos, mas também foi preterido nesses partidos, que decidiram priorizar as eleições proporcionais. Mendanha ainda tentou uma última conversa com o Republicanos do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, mas fracassou. Sem outra opção, a alternativa foi a filiação ao Patriota.
Nos bastidores, o que se comenta é que, além do esvaziamento do Patriota, Mendanha tem se incomodado com a falta de apoios de relevância política. No evento de sua filiação, o pré-candidato se viu órfão de lideranças e de partidos políticos que efetivamente pudessem lhe oferecer alguma estrutura política eleitoral. Apenas os nanicos DC, PMN e PTC anunciaram apoio ao projeto político de Gustavo Mendanha, o que, na avaliação de analistas políticos, não é lá muito animador para o tamanho do desejo do pré-candidato.
Daí, provavelmente, vem a indignação de Gustavo Mendanha e sua tentativa de achar um culpado pela sua própria incompetência na articulação política. Conforme ensina o professor de Comunicação e Marketing, Marcos Marinho, “na política, o jogo é jogado com regras postas bem antes dos players entrarem em campo. Azar é de quem não fez o dever de casa e se mete a esperto”.