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Política

Em discurso para correligionários, Marconi Perillo xinga governador e indica que fará campanha de baixarias

Mesmo sem definir qual cargo deve disputar nas eleições de outubro próximo, o ex-governador busca polarizar com Ronaldo Caiado. De acordo com aliados do tucano, a estratégia seria imprimir um tom mais áspero em relação ao atual governador o que ajudaria a insuflar a militância a atacar a atual gestão e diminuir ao máximo o peso que Marconi Perillo carrega em virtude dos seus passivos jurídico/administrativos, que ainda estão muito vivos no consciente do eleitor goiano

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Em encontro organizado por ex-prefeitos de Goiás, realizado no último sábado (09/04), o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) deu o tom de como pretende tocar sua pré-campanha às eleições de outubro próximo. Embora não tenha definido qual cargo deve disputar no pleito deste ano, o tucano, no seu discurso para correligionários, indicou que pretende abusar de críticas mais pesadas ao governador Ronaldo Caiado (UB), candidato à reeleição, com o intuito de insuflar a militância do partido a atacar a atual gestão, ainda que o seu discurso descambe para baixarias. Na sua fala, o ex-governador chegou a chamar Caiado de “malandro”.

Na realidade, Marconi Perillo busca uma forma de se reinserir no debate político goiano e por isso insiste num debate “cara-a-cara” com o atual governador de Goiás. O tucano atua em defesa das suas gestões, muito embora os resultados dos últimos anos da sua administração, auditados pelo Tribunal de Contas do Estado de Goiás, vão de encontro com o que ele defende.

Enfrentando um grande passivo jurídico em virtude dos seus quase 16 anos à frente do executivo goiano, Marconi Perillo ainda lida com as dificuldades de explicar à população goiana o fato das suas contas de governo, referente a 2018, último ano da sua gestão,  ter recebido do TCE-GO parecer prévio pela rejeição, em virtude, sobretudo, do grande desarranjo fiscal e financeiro observado ao final daquele exercício, que, de acordo com relatórios da área técnica do próprio TCE, superariam R$ 7 bilhões.

Segundo bastidores do encontro, a estratégia dos tucanos se firma na máxima de que “a melhor defesa é o ataque”, o que pode indicar, também, que Marconi Perillo vai para uma disputa majoritária. Aliados do tucano admitem que ele enfrenta grande rejeição e que ainda está muito vivo no consciente do eleitor goiano o que chamam de “desastre” de 2018, quando Marconi Perillo perdeu a eleição para o Senado e ainda chegou a ser preso pela PF na Operação Cash Delivery, do Ministério Público Federal, acusado de crimes de corrupção.

Analistas políticos, no entanto, entendem que o foco de Marconi Perillo não seria a próxima eleição, mas o futuro. De acordo com essas análises, o tucano veio para a disputa para “expurgar” o quanto puder dos seus “pecados” e chegar a 2026 sem o fardo pesado que carrega hoje. Nesse cenário, avaliam, Perillo teria duas opções: se candidatar a um cargo majoritário e fazer o que vem fazendo, ou seja, buscando o debate direto com Ronaldo Caiado, abusando das baixarias, inclusive, mas sem a certeza de que lograria êxito, e a outra opção seria se candidatar a um cargo proporcional, cujas chances de sucesso são infinitamente maiores, e aí sim voltar de vez para o cenário político goiano.

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