O PSDB goiano tenta dar ares de normalidade ao processo político interno, completamente abalado depois da deflagração da Operação Compadrio do Ministério Público de Goiás, que investiga um grande esquema de corrupção dentro da Agência Goiana de Transportes e Obras – Agetop, presidida por Jayme Rincon, um dos pré-candidatos do partido ao Paço em 2016.
A investigação foi iniciada em 2013 e apura a prática de crimes contra a administração pública realizados por uma organização criminosa instalada em órgãos públicos do Estado de Goiás, especialmente na Agetop, que supostamente valeu-se de funcionários fantasmas e empresas laranjas para instrumentalizar desvios de dinheiro público. Investiga-se, ainda, práticas criminosas consistentes no favorecimento em licitações públicas, lavagem de dinheiro e retirada fraudulenta de restrições bancárias, cartorárias e no cadastro de proteção ao crédito, todos eles contando com a colaboração e participação de funcionários públicos.
A estratégia do PSDB em Goânia é envidar apoio a Jayme Rincón, ainda que tímido, e diminuir o impacto da gravidade do problema para preservar, sobretudo, o Governador Marconi Perillo. Descartar a pré-candidatura de Rincón nesse momento poderia ser entendido como se o partido não acreditasse na sua inocência o que suscitaria outros desdobramentos. É sabido que, se a Operação Compadrio chegar a Jayme Rincon, o prejuízo político para o Governador Marconi Perillo é inevitável, já que o presidente da Agetop é tido como o braço direito do número 1 de Goiás.
Não vai ser fácil para o PSDB manter o projeto de Rincón, haja vista o fogo amigo que já queima dentro do partido. Essa semana o outro prefeitável dos tucanos, Delegado Waldir, pediu o afastamento de Rincón da presidência da Agência, numa clara demonstração de que não se furtará empurrar o concorrente para dentro do imbróglio a fim de ser ungido pelo tucanato em Goiás como candidato à Prefeitura de Goiânia no próximo ano.