Reeleito em primeiro turno para mais quatro anos de mandato, o governador Ronaldo Caiado (UB) entra para a história de Goiás como o único político eleito e reeleito em único turno para a chefia do executivo. Em 2018, Caiado também foi eleito em 1º turno com quase 60% dos votos válidos. Fechadas as urnas das eleições do último domingo (02/10), Caiado recebeu 1,8 milhão de votos, o que representou 51,81% dos votos válidos. Em segundo e terceiro lugares ficaram os candidatos bolsonaristas Gustavo Mendanha (Patriota), com 25,2%, e Major Vitor Hugo (PL), com 14,81%, respectivamente.
Embora o candidato oficial de Jair Bolsonaro em Goiás tenha sido o deputado Major Vítor Hugo, para o qual chegou, inclusive, a gravar vídeos e pedidos de votos, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia também se apresentou o tempo todo como aliado de Bolsonaro, declarando publicamente seu apoio e seu voto no candidato que busca sua reeleição para presidente da República.
Diante do quadro de polarização também em Goiás entre Jair Bolsonaro e o candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva, e considerando que os eleitores tanto de Gustavo Mendanha, quanto de Major Vitor Hugo, tenham, por afinidade política, depositado seus votos no presidente Jair Bolsonaro, é possível afirmar que apenas 29% dos eleitores de Bolsonaro tenham contribuído com a reeleição de Ronaldo Caiado. Em tese, dos 1,92 milhão de votos dados ao presidente em Goiás, cerca de 525 mil foram confiados também ao governador goiano. Os demais teriam sido distribuídos entre Mendanha (879 mil) e Vitor Hugo (516 mil).
Nessa lógica, é forçoso acreditar que os outros 1,281 milhão de votos, que completaram o total de 1,806 milhão de sufrágios que reelegeram Caiado, tenham vindo de eleitores que não referendaram o atual presidente e preferiram votar em Lula, que teve 1,45 milhão de votos em Goiás, ou nos demais candidatos que disputaram a eleição, como Ciro Gomes (PDT) e Simonte Tebet (MDB). Portanto, cerca de 70,9% dos eleitores que reconheceram o trabalho de Ronaldo Caiado em Goiás rechaçaram o bolsonarismo no Estado.