O Deputado Federal mais votado de Goiás e pré-candidato à Prefeitura de Goiânia, Delegado Waldir (PSDB), tem demonstrado pouca simpatia pela liberdade de expressão e opinião, pressupostos básicos do sistema democrático. Desde que foi eleito, em outubro de 2014, o Deputado tem se mostrado intolerante às críticas e ameaçado com processos àqueles que não coadunam com o seu modo de pensar e agir.
Cláusula pétrea da Constituição Brasileira de 1988, assente nos Artigos 5º Incisos IV, VIII e IX e 220, § 2º, a Liberdade de expressão e opinião é um direito fundamental e intransferível, inerente a todas as pessoas, e um requisito para a existência de uma sociedade democrática.
Recentemente, em decisão proferida no julgamento de recurso que visava garantir o direito de expressão, o decano do STF, Ministro Celso de Melo, assim se posicionou: “Nada mais nocivo, nada mais perigoso do que a pretensão do Estado de regular a liberdade de expressão, ou de ilegitimamente interferir em seu exercício, pois o pensamento há de ser livre, permanentemente livre, essencialmente livre”. E arrematou: “Pouco importa se as opiniões expressadas são duras, irônicas ou até mesmo impiedosas, há que se manterem livres!”
Reportagem do Jornal Opção informa que o Delegado, que já disse em outras ocasiões que “Goiânia não precisa de um gestor e sim de um xerife”, fez questão de repetir que tem uma equipe de advogados e, inclusive, já entrou com “algumas dúzias de ações” contra pessoas que “querem denegrir” sua imagem.
O povo de Goiás já assistiu esse processo de judicialização da opinião, patrocinado pelo atual Governador Marconi Perillo, cuja finalidade não é outra senão calar os críticos e não estaria disposto a ver novamente tolhido o sagrado direito de opinião por alguém que pretende governar Goiânia.
É fundamental que Waldir Soares, enquanto pretendente ao posto máximo do executivo goianiense, mire-se nas palavras do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Melo, que muito bem lecionou acerca do tema: “o homem público está na vitrina, é um livro aberto, e não se pode tomar a privacidade dele do modo como ocorre quanto aos cidadãos em geral. Presta contas, passo a passo, aos destinatários dos serviços a serem desenvolvidos, que, com isso, podem cobrar a necessária eficiência”.