O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do governo Lula, admitiu, em entrevista ao grupo Bandeirantes, reproduzida pelo jornal Valor Econômico, desta segunda-feira (03/07), que o estado de Goiás vai perder receitas, caso o texto da Reforma Tributária seja aprovado no Congresso Nacional da maneira como está sendo discutido. Ele defendeu a criação do Conselho Federativo, um dos pontos de divergência entre União e governadores.
Alckmin reconheceu ainda a pertinência da discussão sobre origem e destino da tributação e disse que estados como São Paulo e Goiás perdem “um pouco”, enquanto o Nordeste “ganha um pouco”. “Mas isso elimina a guerra fiscal”, pondera, embora esse seja um dos pontos de desacordo da matéria na avaliação de governadores, prefeitos e dirigentes classistas.
Um dos principais críticos do atual texto da reforma, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), questiona esse impacto negativo para o estado e diz que a proposta tira ainda autonomia dos entes federados. “São os prefeitos e governadores que conhecem a realidade do cidadão. Da forma como está, a reforma limita os gestores, prejudica o setor produtivo e impede o desenvolvimento econômico”, explica.
Como o próprio vice-presidente afirmou, a arrecadação de Goiás será reduzida em um momento em que o estado está em ritmo acelerado de crescimento. “Nós crescemos 6,6% no último ano, enquanto o país cresceu 2,9%. A reforma ignora isso e quer reduzir nossos recursos. Além de ser um atraso essa ideia de centralização de recursos”, conclui o governador.