A advogada e empresária Ana Paula Rezende (MDB), filha do ex-prefeito e ex-governador de Goiás Iris Rezende Machado, reafirmou sua decisão de não disputar a eleição majoritária para prefeitura de Goiânia em outubro próximo. A decisão foi comunicada ao governador Ronaldo Caiado (UB) no último domingo (24/03). Com isso, Ana Paula mantém sua posição, tomada em meados de novembro do ano passado, quando disse que não seria candidata este ano.
À coluna Giro, do jornal O Popular, Ana Paula disse que pesou na sua decisão o fato de se tratar de uma “responsabilidade muito grande” para o momento. Como já havia adiantado no ano passado, Ana entende que não seria o momento e que tem que se preparar, construir seu próprio caminho. Segundo ela, independente de cargos, seu papel é manter a história do seu pai.
“Hoje vejo que pertenço ao meio político. Não descarto disputar futuramente, mas ainda não me sinto preparada porque o desafio é muito grande. Tenho de me preparar, construir o caminho. Tenho de ir devagar, com o pé no chão. O momento não é esse”, argumenta. Ela adianta que pretende começar disputando outros cargos, mas não em 2024.
Ana Paula também confirmou que recebeu do governador Ronaldo Caiado a promessa de total respaldo, caso fosse candidata. Na avaliação da emedebista, Caiado teve um gesto nobre, que demonstra a preocupação que ele tem com Goiânia e com a história de Iris Rezende. “Fiquei muito honrada e envaidecida”, frisou.
Em novembro, quando anunciou que não disputaria o Paço, Ana Paula explicou que, com a ausência do seu pai, percebeu que a política também fazia parte da sua vida e entendeu que é nesse meio que quer continuar, porque, segundo ela, isso lhe faz bem, sobretudo por sentir de forma muito intensa a presença de Iris Rezende.
Com a consciência de quem viveu uma vida inteira ao lado de um político extremamente comprometido com os interesses do seu povo e com a coisa pública, Ana Paula faz uma autocrítica para explicar a decisão de não concorrer à prefeitura de Goiânia.
“Eu sei que meu caminho não é começar com uma responsabilidade desse tamanho, de cuidar de uma cidade de um 1 milhão e meio de habitantes, porque são vidas, é uma decisão que vai mudar a vida de uma cidade. Se uma pessoa entrar ali e não der conta, isso significa um atraso para milhares de pessoas. É uma responsabilidade muito grande, até porque sei das dificuldades que Goiânia tem hoje. Duas coisas me incomodaram muito e me fizeram decidir. Primeiro, saber que o cargo é para poucos e fiquei muito incomodada de as pessoas acharem que eu estava usando o nome do meu pai, a história do meu pai para me promover”, ressaltou.
Futuro
Ana Paula reforçou que não existe a mínima possibilidade de mudar de partido, já que, na sua concepção, isso seria trair a memória do seu pai, que foi um emedebista de coração. A advogada lembrou que o último ato político de Iris foi construir a aliança entre o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) com o MDB, representado pelo presidente da legenda, hoje vice-governador, Daniel Vilela. Segundo Ana, esse ato foi pensado por Iris Rezende como forma de fortalecer o partido e devolver à sigla, num futuro próximo, o protagonismo político em Goiás.
“Ele dizia que precisava fortalecer o partido. Isso três meses antes de ele morrer; ele estava pensando no MDB, porque dali a quatro anos Daniel poderia vir a ser o candidato a governador. Foi o último ato político dele, fortalecer o partido”, lembrou.
A emedebista elogiou a postura de Daniel Vilela e enalteceu a aliança e amizade que se intensificou entre ambos depois que seus pais morreram. Essa proximidade, diz, permitiu que ela e o presidente do MDB goiano assumissem o compromisso de levar adiante a história dos líderes emedebistas para manter o partido unido com o objetivo, sobretudo, de melhorar a vida do povo goiano.
“Daniel tem sido muito, muito presente, muito amigo; uma coisa que foi criada depois que os nossos pais se foram. E acho isso bom, porque eu vejo o partido mais unido, agora nós somos um, só um partido. Meu papel é passar à frente as experiências que eu tive com meu pai de união, porque meu pai achava que se o partido não estiver unido ele enfraquece. Ele pensava no partido, que era o instrumento que ele tinha para ajudar as pessoas”, lembrou.