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Política

Caiado rebate fala de Lula e afirma que Goiás sofre retaliação política do governo petista

Ao contrário do republicanismo pregado pelo presidente da República em visita a Goiás na semana passada, o governador goiano apontou ao menos três situações que caracterizariam o que chama de “tiro político” por questões ideológicas e que causam prejuízos ao estado de Goiás

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Ronaldo Caiado acredita que Goiás sofre retaliações do governo petista por questões ideológicas

O governador Ronaldo Caiado (UB), em entrevista nesta terça-feira (10/09), rebateu as afirmações feitas pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante sua visita a Goiás na semana passada para inauguração do corredor BRT Norte-Sul. Na oportunidade, Lula elogiou o comportamento de Caiado e disse que tem feito um governo absolutamente republicano, sem retaliações a qualquer ente da federação por conta de questões políticas. Caiado, no entanto, rebate a afirmação do petista e aponta ao menos duas situações que caracterizariam o que chama de “tiro político” por questões ideológicas e outros três compromissos não cumpridos pela gestão petista.

“O que eu espero é que o que ele [Lula] disse possa se concretizar. Nós não recebemos nenhum centavo para o hospital Cora [Complexo Oncológico de Referência]. Esse é um compromisso de três. Segundo lugar, não tivemos nenhum avanço do BRT ligando Brasília a Luziânia, e o terceiro pedido é o apoio que o governo federal daria  na construção de policlínicas e penitenciárias. Até hoje também não chegou nada”, cobrou Caiado.

Além do não cumprimento desses compromissos, o governador goiano afirma que Goiás foi penalizado com a negativa de autorização para que o estado lançasse mão de uma operação de crédito no valor de R$ 770 milhões, recursos que seriam aplicados em obras de infraestrutura. Segundo Caiado, Goiás já teria todas as condições legais para contrair o empréstimo, mas teria sido preterido por questões meramente políticas.

“Fomos penalizados por uma atitude que não esperava do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O Estado de Goiás tem todas as condições de fazer o empréstimo junto ao Bid, mas, infelizmente, depois de tudo aprovado no Tesouro e também na Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, foi baixada uma portaria específica para revogar a prerrogativa de Goiás poder tirar R$ 770 milhões para obras de infraestrutura”, explicou Caiado, completando que a verba foi vetada num viés unicamente ideológico, caracterizando um verdadeiro tiro político.

Ronaldo Caiado também questiona o fato do leilão de privatização das rodovias federais ter excluído as chamadas rodovias de fugas, que contemplaria as rodovias goianas que são alternativas às estradas federais. Segundo o chefe do Executivo goiano, essa exclusão se deu também por questões políticas e ideológicas.

“Não tem motivo plausível para ter sido decidido como se dariam as concessões das rodovias federais, incluindo as rodovias de fugas do estado de Goiás, e de repente fomos avisados que o leilão não irá incluir as rodovias goianas e terá apenas as rodovias federais que cortam o estado. Então, isso são situações que têm me preocupado profundamente, e que eu espero, sem dúvida nenhuma, resposta do presidente Lula”, ponderou.

Ao criticar o comportamento do governo Lula, Caiado lembrou que nunca utilizou da sua estrutura de governo para retaliar qualquer prefeito que não comungasse ideologicamente com suas convicções políticas, que são marcas da sua trajetória de 40 anos de vida pública. “Talvez o presidente Lula não esteja sabendo do que está acontecendo. Eu gostaria de tê-lo recebido aqui para poder dizer isso a ele”, reforçou.

Lula

As afirmações de Caiado contrastam frontalmente com a fala do presidente Lula durante o evento em Goiânia. O petista defendeu a relação republicana que, segundo ele, mantém com todos os governadores. Lula sustentou que, independente da cor partidária do chefe do executivo local, tem atendido o pleito de todos os estados, e citou as obras do PAC para ilustrar suas colocações.

O governador de Goiás, no entanto, disse que das três obras que o governo federal se comprometeu para Goiás dentro do programa de investimentos, nenhuma delas aconteceu até agora, e, mais uma vez, lembrou que não recebeu nenhum recurso federal para construção do Cora, que deve ser inaugurado em dezembro próximo.

Modelo para o Brasil

Ao fim do evento na Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) para anunciar o programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) voltado para produtores rurais, Ronaldo Caiado citou realizações do Governo de Goiás que têm sido modelos para o governo petista, e citou, além do PSA, programas ligados às áreas da educação e meio ambiente.

“Na educação, nós estamos ensinando o PT. Nós criamos a Bolsa Estudo e eles chamaram de Pé de Meia. No meio ambiente nós mostramos como se faz parceria e hoje temos o menor desmatamento no Brasil. Agora fomos os primeiros no país a indenizar o produtor rural que deseja preservar a área de mata dentro da sua propriedade. Aquilo que ele preservar, o estado vai pagar R$ 600/ano por hectare”, explicou.

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