Tri-candidato a prefeito de Goiânia, o senador Vanderlan Cardoso (PSD) tem, talvez, o seu pior desempenho nas campanhas que já participou na capital. Com uma estrutura política esvaziada, sem apoios de peso, com pouco tempo na TV e vendo seu nome despencar nas pesquisas de intenção de voto, o marketing de Vanderlan parte para o tudo ou nada e, na avaliação de estrategistas políticos, erra mais uma vez.
Criticado por bolsonaristas e um dos alvos preferenciais do extremista Fred Rodrigues, candidato do PL em Goiânia, Vanderlan teve as portas da extrema-direita fechada por Bolsonaro, que proibiu a coligação e/ou apoio do PL a qualquer candidato do PSD nos mais de cinco mil municípios brasileiros. Mesmo sofrendo duras críticas do bolsonarismo em Goiânia, ainda assim Cardoso molda seu discurso e suas ações para parecer um bolsonarista, numa clara e inequívoca demonstração de falta de altivez, já que se coloca ao lado de figuras que já o destrataram publicamente.
Durante participação na sabatina realizada pela Televisão Brasil Central, em Goiânia, o candidato do PSD, na tentativa de agradar os radicais de direita chamou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de ditador e disse que não concorda com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, decretada pelo Superior Tribunal Eleitoral (TSE), por ataques as urnas e ao processo eleitoral brasileiro. O corte da entrevista foi publicado nas redes de apoiadores do senador.
Vanderlan também pregou que trabalha pela anistia aos golpistas de 8 de janeiro e, sem apresentar provas, disse que muitos condenados não participaram dos atos golpistas que atacaram os prédios dos Três Poderes, em Brasília, em janeiro de 2023. O candidato a prefeito de Goiânia ignorou, porém, todo o conjunto probatório dos autos e que as condenações dos golpistas tiveram os votos da maioria do plenário do STF, algumas delas, inclusive, foram decretadas por unanimidade.
Na avaliação de analistas, o aceno desesperado de Vanderlan aos bolsonaristas, principalmente aos mais radicais, que flertam com a ruptura democrática, é a estratégia encontrada pelo pessedista para, ao menos, chegar ao segundo turno da eleição municipal em Goiânia. No entanto, ressalvam que o tiro pode sair pela culatra e afastar o restinho de eleitores menos radicais que ainda sustentam a candidatura do senador, já que a atitude do candidato não agrada aquele eleitorado que quer distância da polarização nacional.
Segundo os especialistas, Vanderlan erra ao cair na provocação do representante de Bolsonaro em Goiânia e erra ao tentar provar que é um bolsonarista, ainda mais quando já é público e notório que ele não é bem vindo nesse grupo. Isso, dizem, passa a impressão de que o candidato não tem personalidade