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Eleições 2024

Eleições municipais: não se deixe guiar pela insana polarização direita x esquerda

No próximo domingo (6), é dia de ir às urnas escolher o prefeito e vereadores. Tenham em mente que nem Bolsonaro e nem Lula, expoentes máximos da polarização política que domina o país na atualidade, irão administrar o seu município. O foco da sua escolha não pode se restringir a ideologias. É preciso privilegiar a competência e experiência do futuro prefeito ou prefeita da sua cidade

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Eleições municipais são pouco influenciadas pela polarização que atinge a política nacional. Ainda assim há candidatos que apostam no voto ideológico

No Brasil, a realidade política é complexa, e muitos dos que enfrentam as dificuldades do dia a dia se veem atraídos por discursos de mudança e ruptura. A extrema-direita, representada por figuras como Bolsonaro, utiliza uma retórica sedutora que promete a libertação das amarras do “sistema”, mas é preciso refletir sobre as falácias que sustentam essas promessas.

Esses discursos apelam para a insatisfação popular, criando uma imagem de um inimigo que precisa ser derrotado — um “sistema” que supostamente oprime o povo, e que seria representado pela esquerda e pelo progressismo. Entretanto, é crucial entender que essa retórica frequentemente desvia o foco dos reais responsáveis pelas desigualdades: a concentração de riqueza nas mãos de poucos e a perpetuação de um modelo que, historicamente, marginaliza os mais vulneráveis.

Os chamados “pobres de direita” são muitas vezes seduzidos pela promessa de prosperidade e ascensão social, como se o simples ato de apoiar essas ideologias os colocasse no caminho da elite. Essa ideia é enganosa. A lógica que permeia esses discursos é a de que, se você se alinha com os poderosos desse espectro político, de alguma forma você também poderá se beneficiar. Mas, na prática, isso raramente se concretiza. A verdadeira elite política dessa direita representada pelo bolsonarismo não se importa com a pobreza que a cerca; seu foco está na manutenção de seu status e privilégios. A luta de quem prega a ruptura e o antissistema é única e exclusivamente pelo poder.

Além disso, a conexão com valores religiosos, de família e liberdade, temas tão presentes na narrativa bolsonarista, é utilizada para reforçar a ideia de que a luta é também uma questão de fé e moralidade. Essa manipulação transforma a política em um campo de batalha espiritual, onde os pobres se veem lutando não apenas por seus direitos, mas por uma suposta “redenção”. Contudo, essa redentora é, muitas vezes, uma ilusão que encobre as falhas estruturais de uma sociedade desigual, que tende a se aprofundar ainda mais com a extrema-direita no poder.

A estratégia dos discursos de ruptura e antissistema, aliados a promessas vazias de prosperidade, cria um ciclo de frustração e desilusão. É essencial que o povo perceba que o verdadeiro caminho para a transformação social não passa pela polarização ou pela luta contra “inimigos” que não se traduzem em melhorias concretas nas suas vidas. Ao invés disso, a verdadeira mudança requer unidade, diálogo e a construção de políticas que priorizem a dignidade e o bem-estar de todos.

Portanto, é hora de refletir. Ao ir às urnas, não se deixe levar por promessas fáceis e discursos inflamados. A verdadeira mudança vem do reconhecimento de que, juntos, podemos lutar por uma cidade mais justa, onde a riqueza seja distribuída de forma equitativa e onde todos, independentemente de sua origem, tenham a oportunidade de prosperar, além de acesso aos serviços públicos.

A elite que realmente importa é a que luta ao seu lado, não a que se esconde atrás de um discurso enganoso. Desperte para a realidade e opte por um candidato que tenha competência, experiência, responsabilidade e condições de agregar as forças políticas para atender as demandas da sua população.

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