Em meio à campanha eleitoral que desenrola em Goiânia e que vai decidir quem será o próximo prefeito da capital, é essencial que haja um esforço coletivo para desmistificar o discurso da extrema-direita, aqui representada pelo candidato do PL, Fred Rodrigues, que promete mudança, mas que, em última análise, revela um profundo desprezo pelas questões sociais.
A compreensão da dissonância do eleitor deve ser acompanhada por uma crítica incisiva ao projeto político dos bolsonaristas mais radicais, que se esconde atrás de uma fachada de revolução, mas que, na verdade, perpetua e intensifica a desigualdade que já aflige milhões de brasileiros. A eleição para prefeito da capital não pode se transformar numa guerra ideológica que nada acrescenta para a cidade e sua população.
Diante do radicalismo adotado pela campanha de Fred Rodrigues, fica claro que a retórica de ruptura tende a ser antissocial, antipobre e antiminorias. O resultado é uma polarização que, longe de oferecer soluções para os problemas enfrentados pelos mais pobres, carentes da boa prestação dos serviços públicos municipais, os empurra para um cenário de ainda mais exclusão.
O discurso da meritocracia, tão popular entre os bolsonaristas, ignora as barreiras estruturais que impedem que muitos realmente tenham acesso a oportunidades. Essa falsa consciência leva aqueles que mais precisam dos serviços públicos a apoiar políticas que, na prática, desmantelam programas de proteção social e ampliam a desigualdade.
Historicamente, a literatura crítica tem revelado que os apelos da extrema-direita, ao se vestirem de um suposto combate à corrupção e à elitização da política, na verdade, disfarçam um desejo profundo de poder que pouco ou nada se alinha com os anseios das classes populares. Ao propagar uma retórica que demoniza o estado de bem-estar social, a extrema-direita não apenas ignora as lutas históricas por direitos básicos, mas também propõe a manutenção e até o aprofundamento da hierarquia social existente.