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Política

Partido Liberal (PL) atuou para fundamentar tentativa de golpe de Estado, diz PF

Segundo as investigações, o partido de Jair Bolsonaro, de forma dolosa, por meio do seu presidente Valdemar da Costa Neto, insistiu na contestação formal do resultado das eleições de 2022, numa tentativa de dar fundamento para levar adiante a intentona golpista

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Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do PL, é um dos indiciados pela PF por tentativa de golpe de Estado

O relatório da Polícia Federal que indiciou 37 pessoas por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa, aponta que o Partido Liberal (PL), presidido por Valdemar da Costa Neto, atuou para fundamentar a tentativa de golpe de Estado que estava em curso no Brasil ao final de 2022. Em novembro daquele ano, segundo a PF, mesmo sabendo que as alegações de fraude nas urnas eletrônicas eram absolutamente inverídicas, de forma dolosa, o PL, por meio do seu presidente e do então candidato à reeleição Jair Bolsonaro, insistiu na contestação formal do resultado das eleições perante o TSE.

De acordo com o  relatório de 884 páginas que indiciou Bolsonaro, Valdemar da Costa Neto e outros 35 integrantes do que a PF chama de organização criminosa, os investigados, mesmo cientes da chance remota de êxito, adotaram a referida estratégia com a finalidade de servir de fundamento para a tentativa de Golpe de Estado, que estava em curso.

“A contestação formal ao resultado das eleições por um partido político juntamente com a disseminação da narrativa falsa por meio de influenciadores digitais e alguns integrantes da mídia tradicional, com forte penetração em parcela da população ligada à direita do espectro político, manteve o discurso de uma atuação ilícita do Poder Judiciário, especialmente do STF e do TSE, que estariam extrapolando os limites constitucionais com a finalidade de impedir a reeleição do então Presidente Jair Bolsonaro”, diz trecho do documento que já foi enviado à Procuradoria Geral da República.

Esse contexto, segundo a PF, serviu para indicar aos seguidores do então presidente da República, o esgotamento dos instrumentos legais para reversão do resultado, sugerindo que deveria ser adotada uma outra forma de ação mais contundente, diante das divulgadas “arbitrariedades” do Poder Judiciário.

O relatório aponta, ainda, que foi apreendida na sede do PL uma minuta intitulada “Minuta do 142”, documento que esboçava o decreto de instauração de estado de exceção no Brasil. O documento relacionava ações planejadas para a denominada “Operação 142”, , que incluíam interrupção do processo de transição, mobilização de juristas e formadores de opinião e enquadramento jurídico do decreto 142. O objetivo final era, de acordo com o PF, anular as eleições, prorrogar os mandatos, substituir todos os integrantes do TSE e, assim, manter Bolsonaro no poder.

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