As chances de Jair Bolsonaro reverter sua inelegibilidade e disputar a presidência em 2026 são praticamente nulas. Condenado em duas ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação —, o ex-presidente enfrenta ainda uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de tentativa de golpe de Estado.
Mesmo que conseguisse uma improvável reversão no TSE, precisaria ser absolvido pelo STF, algo igualmente difícil, diante da robustez das provas e do contexto político. Ainda assim, Bolsonaro insiste em se apresentar como candidato, mesmo sabendo que legalmente não pode concorrer.
Essa postura revela um traço de egocentrismo político, mais voltado à manutenção de seu protagonismo do que a um projeto real de poder. Sua insistência cria um impasse para a direita brasileira, que permanece refém de um nome inelegível, sem investir em novas lideranças ou alternativas viáveis.
A intransigência bolsonarista pode, paradoxalmente, facilitar o caminho para a reeleição de Lula. Se a direita não agir com maturidade para demover Bolsonaro dessa decisão insana e reorganizar seu campo político, é provável que o presidente petista conquiste seu quarto mandato. O tempo urge, e o dilema é claro: ou a direita se reinventa, ou continuará sendo coadjuvante de um roteiro escrito pelo lulismo.
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