A JBS, dona da marca Friboi, que em dezembro de 2014 recebeu do Governo goiano um perdão fiscal na ordem de R$ 1,3 bilhão, pode ter sido beneficiada pelo BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Social, sem que houvesse contrapartida em benefícios sociais ou econômicos para o país, diz o Tribunal de Contas da União.
Segundo o TCU há indícios de que o apoio do BNDES ao frigorífico JBS pode ter lesado o banco estatal em aproximadamente R$ 850 milhões. A notícia foi publicada na Folha de São Paulo desta segunda-feira, 30/11. Segundo o Tribunal, entre 2006 e 2014, a JBS recebeu R$ 8,1 bilhões para comprar companhias no exterior e se tornar “uma gigante” no setor de carnes. Em troca, o banco teria se tornado sócio da empresa.
De acordo com o Relator do TCU, Ministro Augusto Sherman Cavalcanti, “os recursos públicos foram aportados na JBS sem critérios de benefícios econômicos ou sociais para o país”. Ainda segundo Sherman, “não há evidências de aumento consistente das exportações ou de empregos gerados no Brasil e, por isso mesmo, houve um desvio da função do BNDES”, explica.
Em Goiás, no apagar das luzes de 2014, a JBS recebeu um perdão fiscal de aproximadamente R$ 1,3 bilhão do governo goiano e a dívida de Icms, apurados e não pagos, que era de R$ 1,6 bilhão, caiu para pouco mais de R$ 300 milhões. Desse total, R$ 150 milhões foram pagos à vista e o restante parcelados em 60 meses.