Os usuários do transporte coletivo de Goiânia e região metropolitana foram surpreendidos no último sábado, 19/12, com a notícia de apreensão de 295 ônibus da empresa Rápido Araguaia, em cumprimento a uma ordem judicial de busca e apreensão, supostamente pelo não pagamento das prestações de financiamento contraído junto ao Banco Volkswagem. A Rápido Araguaia detém a concessão de metade do sistema operacional do transporte coletivo da região metropolitana de Goiânia.
Nos bastidores, especula-se que o atraso de cerca de 7 prestações, que culminou com a ordem de apreensão, emitida pelo juiz plantonista do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e cumprida por precatório pela Justiça goiana, é consequência do calote que as empresas de ônibus receberam do governo de Goiás, que não pagou a sua parte no acordo de gratuidade do sistema, firmado em abril de 2014.
Segundo o acordo firmado entre as empresas de ônibus, as prefeituras da região metropolitana e o Estado de Goiás, o valor estimado da gratuidade de todo o sistema seria de R$ 9 milhões/mês. Desse total o Governo estadual pagaria 50%, ou seja, R$ 4,5 milhões, já a partir de maio do ano passado, e os outros 50% seriam pagos pelas prefeituras e deveriam começar a ser pagos em janeiro de 2015. Entretanto, nenhuma parcela do acordo foi pago pelo Estado de Goiás e a dívida já chegava a R$ 45 milhões em janeiro de 2015. Nenhuma das prefeituras também efetuou o pagamento devido em janeiro.
Sacramentando o calote, Marconi Perillo (PSDB), governador do Estado, foi à televisão em fevereiro de 2015 dizer que não pagaria sua parte na gratuidade do sistema, descumprindo uma promessa de campanha que o ajudou a se reeleger em outubro de 2014. Com a redução na frota da concessionária que faz o serviço de transporte público na capital e região metropolitana, mais uma vez a população vai pagar a conta da irresponsabilidade do governo de Goiás.