Anunciada para ocorrer no primeiro semestre de 2016, a venda da Celg tem se constituído uma das últimas esperanças do Governo de Marconi Perillo (PSDB) para reequilibrar as contas públicas. Muito embora garantisse que todo dinheiro da venda da companhia seria aplicado em investimentos no Estado, pouca gente acreditou nessa estória da carochinha.
Com um rombo de R$ 1,5 bilhão na conta centralizadora do Estado desde dezembro de 2014 e que se soma agora a mais de R$ 1,1 bilhão de dívidas vencidas e não pagas em 2015, o Governo perdeu o pudor e admitiu publicamente que usará o dinheiro da venda estatal goiana para quitar essas dívidas de custeio, o que implica dizer que o último grande patrimônio dos goianos vai virar pó.
Segundo a coluna Giro, do Jornal O Popular de hoje, 03/01, para quitar as chamadas dívidas de restos a pagar, que são as dívidas com fornecedores vencidas em 2015 e roladas para 2016, o Governo de Goiás “contará com recursos extras orçamentários a serem gerados com a privatização da Celg D (o Estado receberá a metade do valor da venda), emissão de debêntures, venda de imóveis e concessões à iniciativa privada, como rodovias estaduais”.
O Governo de Marconi Perillo vai entrando para a história de Goiás como o mais perdulário de todos os tempos. Em 16 anos do chamado tempo novo, a dívida consolidada do Estado subiu 114% e alcançou R$ 17,3 bilhões em 2014. Nesse período Goiás perdeu 51% das ações da Celg e hoje detém apenas 49% da estatal, cujo preço de mercado está avaliado em R$ 2,92 bilhões, uma pechincha para uma companhia que já chegou a valer R$ 8 bilhões. Se vendida por esse valor, o Governo de Goiás deve receber apenas R$ 1,4 bilhão, praticamente a mesma quantia perdoada da JBS de Júnior Friboi.