O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço público do Estado de Goiás – Sindipúblico, emitiu nota criticando o que chamou de “velho discurso” da Secretária da Fazenda do Governo goiano, Ana Carla Abrão. Em entrevista ao Jornal O Popular no último dia 11/01, Ana Carla insinuou, mais uma vez, que são os servidores públicos estaduais os responsáveis pelo déficit fiscal que tem inviabilizado a administração estadual. “Não faz sentindo que 6 milhões e 600 mil pessoas paguem impostos e que 75% desses impostos sejam direcionados a uma folha de 150 mil pessoas”, disse a número 1 da Sefaz.
“Este discurso é completamente equivocado e desrespeitoso, pois desconsidera o fato de que são 150 mil pessoas trabalhando em prol dos quase 7 milhões de cidadãos goianos. Não há atendimento ao público, educação, monitoramento do meio ambiente, regulação de serviços, licitações, saúde, segurança e assistência social (dentre outros inúmeros serviços) sem pessoas para executá-los. São os servidores públicos que, mesmo com uma política governamental de desvalorização e burocratização dos serviços, se empenham no desenvolvimento de suas funções e contribuem para um Estado mais competitivo e em constante crescimento, conforme apontam os dados do próprio governo”, diz a nota postada na página do sindicato.
Para o Sindipúblico, no ano de 2014, ano em que se consumou a reeleição do Governador Marconi Perillo, os servidores foram avaliados e chegaram a receber bônus pela produtividade. Não houve demissões e nem se empregou discurso hostil ao funcionalismo, como o que se vê agora. “Falar em demissões ou punições de forma genérica, como se maioria fosse, é desonesto com toda a categoria e com a população goiana. Isto porque, até o momento, o que se tem é uma política de desvalorização do servidor público e um sistema de verificação de frequência falho”, pontua.
Alegando inchaço da folha, o Governo cortou direitos dos trabalhadores, retirou benefícios, não pagou a data-base de grande parte dos trabalhadores e tem adotado uma política de austeridade, como o ponto eletrônico e um rigor exacerbado na aceitação de atestados médicos para a justificação de faltas. Eleitos os “patinhos feios” da administração estadual, os servidores não aceitam ser penalizados pela má administração acumulada do governo tucano e sustentam que o aumento da folha não diz respeito à remuneração dos trabalhadores que efetivamente trabalham e produzem: “Os servidores públicos, em sua grande maioria, sequer tiveram a reposição salarial em suas remunerações”, asseveram.