Durante o terceiro mandato (2011-2014) do Governador Marconi Perillo (PSDB) foram gastos mais de R$ 430 milhões em propaganda e publicidade. Os valores constam da prestação de contas enviada ao Ministério Público de Goiás pelo presidente da Agência Brasil Central, Carlos Alberto Lereia. A requisição foi feita pelo Promotor Fernando Krebs.
Em 2012, ano que estourou o escândalo desvendado pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em que descobriu-se um grande esquema de corrupção envolvendo o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e vários servidores públicos do Estado de Goiás, foram gastos mais de R$ 134 milhões em propagandas. O episódio levou o Governador Marconi Perillo, então no exercício do terceiro mandato, a depor na CPMI do Congresso, acusado que era de participar do esquema. Um grande acórdão político acabou por sepultar a comissão, que encerrou seus trabalhos sem que o relatório final fosse votado pelos deputados e senadores. Por seu suposto envolvimento no caso cachoeira, Marconi Perillo é réu em inquérito no STJ.
Os números, que podem ser ainda maiores, já que referem-se apenas aos gastos sob gestão da antiga Agência Goiana de Comunicação, representam um dos maiores gastos proporcionais entre todos os estados da federação. Em 2014, ano da reeleição de Marconi Perillo, foram gastos R$ 108,8 milhões. Essa fortuna custeou caríssimas campanhas midiáticas do Governo de Goiás para mostrar um estado que não existe na realidade. Todos esses gastos contribuíram para o desequilíbrio das contas públicas do Estado. De acordo com dados do TCE-Go, em 2014 o Governo fechou o ano com um rombo de R$ 633 milhões na conta centralizadora. No acumulado esse rombo foi de R$ 1,5 bilhão no último ano do terceiro mandato do tucano.