Com uma dívida consolidada na ordem de R$ 17,5 bilhões e um rombo na conta centralizadora do Estado que supera R$ 1,5 bilhão, o Governo de Goiás comemorou, na última semana, o alongamento da dívida dos estados com a União. Com a medida autorizada pelo Ministério da Fazenda, Goiás deve jogar para debaixo do tapete cerca de R$ 1 bilhão em dívidas. A Lei Complementar que autoriza a postergação da dívida deve ser encaminhada ao Congresso já na próxima semana.
Desde dezembro de 2000, segundo ano do primeiro mandato de Marconi Perillo (PSDB) à frente do executivo goiano, a dívida consolidada de Goiás cresceu R$ 9,34 bilhões. Naquele ano, o Estado devia R$ 8,1 bilhões. Curiosamente, não há, em todo o estado, uma só obra de infra-estrutura que possa fazer contrapartida a esse aumento astronômico da dívida.
Além do alongamento desses R$ 1 bilhão em dívidas, o Estado poderá lançar mão de mais empréstimos, já que a mesma medida do Governo Federal prevê um aporte de mais R$ 20 bilhões do BNDES aos estados. Segundo a revista Exame, Goiás é um dos piores estados da federação em situação fiscal e o restos a pagar de 2015, que são aqueles valores que deveriam ter sido quitados no ano passado mas não o foram, superam R$ 1 bilhão. O que o atual governo comemora, na realidade, é um verdadeiro presente de grego para os próximos governos, que ver-se-ão obrigados a administrar uma dívida impagável deixada pelo Governo de Marconi Perillo.
