Merece registro a postagem do internauta Paulo César PC na página “Jornalistas Amigos”, no facebook. PC discorre, didaticamente, sobre um tema que tem sido usado pelos tucanos goianos com o intuito de macular a história do líder peemedebista, Iris Rezende Machado, junto aos servidores públicos do Estado. Trata-se do episódio da exoneração de cerca de 40 mil funcionários públicos no início do ano de 1983. “O atual governo tem usado exaustivamente esse episódio em todas as campanhas eleitorais, desde 1998”, lembra Paulo César.
Em 1982, ano da primeira eleição direta para governador desde o golpe de 1964, Iris Rezende Machado (PMDB), depois de cassado pelo regime militar em 1969, era o amplo favorito contra o candidato da situação, Otávio Lage. De acordo com o relato histórico, “o então Governador do Estado, Ary Valadão, governador biônico indicado pelo regime militar em 1978, resolveu ajudar seu candidato (Otávio Lage) e de forma inusitada e irresponsável, a 10 dias das eleições para governador, em 5 de novembro, decretou a estabilidade de cerca de 50 mil funcionários públicos celetistas, muitos admitidos dias antes da efetivação”. A intenção era criar uma condição favorável ao candidato situacionista que pudesse mudar o quadro da eleição, ou, se este não vencesse a eleição, tornar inviável o governo de Iris Rezende.
Os fatos narrados na postagem do internauta Paulo César são corroborados pelos recortes do Jornal O Popular da época. A imoral artimanha de Ary Valadão não surtiu efeito e Iris Rezende venceu as eleições de forma acachapante, com mais de 400 mil votos de frente, conquistando quase o dobro do votos do concorrente governista, Otávio Lage. A atitude do governador biônico, se mantida, inviabilizaria definitivamente o Governo do seu sucessor, ainda que o vencedor fosse o candidato da situação.
Sem outra alternativa, Iris Rezende recorreu à Justiça e recebeu autorização para anular o decreto de “estabilidade-express”, já que estava caracterizada a má-fé do então Governador Ary Valadão na nomeação de 50 mil funcionários a menos de 2 meses do fim do seu governo e em plena campanha eleitoral. Fora do contexto e escondendo as reais intenções que permearam as ações de Ary Valadão, o atual Governo continua usando esse factoide histórico para vencer eleições em Goiás. Uma pena que o funcionalismo público tenha fechado os olhos para a história.