Uma turma de neo congressistas resolveram dar azo a uma maneira “pragmática” de fazer política: a chantagem. Reunidos em grupo de WhatsApp, um grupo de 243 deputados federais em primeiro mandato, articularam para forçar a aprovação de emendas. A ideia era ameaçar derrotar os projetos relevantes da presidente Dilma Rousseff caso não fossem liberadas verbas para seus redutos eleitorais, informa a Folha de São Paulo.
A estratégia consistia em tirar o maior proveito das votações de projetos considerados essenciais para o Governo. “Amigos: criei esse grupo para trocarmos experiências e nos defendermos de determinadas tradições que visam prejudicar nossos interesses”, escreveu Elmar na inauguração do fórum, há cerca de uma semana.
Entre o grupo dos “pragmáticos” está o deputado goiano pelo PSDB, Delegado Waldir Soares, eleito com mais de 274 mil votos e com o discurso da moralização na política e contra a bandidagem, que ele sempre fez questão de tratar com um populismo que beira a insanidade. “45 do calibre e 00 da algema, pro bandido”, dizia o slogan de campanha do delegado Waldir.
“Bora reunir… Será que fomos vítimas de estelionato?”, questiona o Delegado Waldir, depois que o Governo deu sinais que não liberaria os R$ 10 milhões para emendas, prometidos aos novatos. Embora não tivessem direito às emendas esse ano, o Governo Dilma havia feito a promessa de liberá-las, mas a falta de recursos fez o governo voltar atrás.
Daí o que se seguiu foi um festival de ameaças: “juntos somos 50% dos votos, independente de partido. Vamos mostrar essa força”, diz no grupo o Deputado Aluisio Mendes (PSDC-MA).
Provavelmente o Delegado dirá que essa é a única maneira de trazer recursos para os projetos de Goiás e outras besteiras mais, mas o que se conclui é que, na prática, o discurso do Delegado Waldir é puro pragmatismo fisiológico de uma politicagem medíocre e que apenas privilegia a corrupção e suas nefastas consequências.