Números divulgados no site da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Estado de Goiás mostram que o crime de homicídio doloso em Goiânia, aquele em que há a intenção de matar, cresceu 35,7% em fevereiro, se comparado com o mês de janeiro de 2017. No primeiro mês deste ano, 28 pessoas foram assassinadas na capital contra 38 no mês de fevereiro, que teve apenas 28 dias, o que implica dizer que foram assassinadas mais de uma pessoa por dia na Capital.
Também em fevereiro, foram registradas 33 tentativa de homicídios. Não é possível saber se, e quantas delas, evoluíram para homicídio. Nos números não estão incluídas as mortes em confronto com policiais. Já o crime de roubo apresentou uma modesta queda, coisa de 1% em relação a janeiro de 2017. Foram 2.793 registros de crime contra o patrimônio no mês de fevereiro, uma média de quase 100 roubos por dia em Goiânia. É provável, no entanto, que esses números sejam ainda maiores, já que boa parte da população não procura a delegacia para registrar o crime.
A sensação de pânico tem tomado os moradores das diversas regiões de Goiânia, agravada, sobretudo, pela falta de percepção de segurança e de políticas para conter a criminalidade. Recentemente, foram registradas diversas fugas de presos do sistema prisional goiano e um princípio de rebelião aconteceu no complexo penitenciário de Aparecida de Goiânia. Especialistas indicam a falta de efetivo como um dos maiores gargalos da segurança pública goiana. O déficit de policiais militares chega perto de 19 mil PMs. Sindicatos da categoria afirmam que Goiás conta hoje com cerca de 8 mil policiais divididos em 4 turnos de 2 mil PMs. Desses, apenas 1,5 mil estariam efetivamente nas ruas das cidades do estado. Goiânia contaria com aproximadamente 450 policiais por turno, uma média de 1 policial por 3.000 cidadãos, número mais de 10 vezes superior ao recomendado pela ONU.