Em entrevista ao jornal O Popular de hoje, 26, a secretária Municipal de Saúde de Goiânia, Fátima Mrué, disse que o número de mortes nos Cais de Goiânia aumentou consideravelmente desde 2010, quando o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) anunciou que só atenderia traumas. Essa média, que era de cerca de 16,2 mortes mensais em 2008, chegou em 2012 a 87 eventos por mês e hoje está na casa das 60 mortes.
“Um grande número de pacientes graves ficou sem atendimento a partir da mudança de postura do Hugo. Pessoas com dores abdominais que exigem cirurgia, dores torácicas que indicam enfarte, diabéticos com gravidade clínica que não tiveram para onde ir, ficaram nos Cais porque não tinha hospital para recebê-los”, diz Mrué.
De acordo com a secretária, a forma como está sendo prestada a assistência a pacientes que necessitam de atendimentos especializados está invertida. Segundo ela, pessoas em estado grave não devem ser levadas aos Cais, mas atendidas nos hospitais de urgências, que são unidades que têm a estrutura necessária para garantir assistência a pacientes com esse perfil.
“No ano passado arcamos com 99,5% dos atendimentos médicos da atenção básica, o que é de nossa atribuição, e 80,9% dos casos de urgência. Isso deveria estar no Hugo, no Hugol. Atendemos mais crianças no Cais de Campinas, do que no Hospital Materno Infantil. São dados do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA). A média de atendimento nos Cais é de 2 mil pacientes por dia. O Hugo em 2017 atendeu 43 mil pessoas e o Hugol, 33 mil”, afirmou.