Estudantes secundaristas, que desde o último dia 10 vêm ocupando as escolas públicas estaduais em protesto contra a terceirização da educação às Organizações Sociais, denunciaram, nas redes sociais, que a empresa Odebrecht Ambiental, que mantém contrato de esgotamento sanitário com a Saneago para as cidades de Aparecida de Goiânia, Jataí, Trindade e Rio Verde, estaria cortando, sem comunicação prévia da Saneago, a água de colégios ocupados pelos estudantes.
Questionado por estudantes, quando se preparava para fazer o corte de água do Colégio Estadual Cecília Meirelles, no Setor Santo Antônio, em Aparecida de Goiânia, o funcionário da empresa Odebrecht Ambiental não soube informar porque fazia a interrupção e nem apresentou documentos que consubstanciasse a medida.
A Odebrecht Ambiental é uma das subsidiárias da Construtora Odebrecht, envolvida no escândalo de desvio de recursos públicos da Petrobrás e cujo presidente, Marcelo Odebrecht, encontra-se preso desde junho de 2015. A Odebrecht Ambiental não teria autonomia jurídico-legal para proceder a interrupção de água nos colégios estaduais, já que sua atuação no município de Aparecida está afeta à captação e tratamento de esgoto e não ao fornecimento de água, que continua a cargo da estatal goiana. O pedido, soube-se entretanto, partiu da secretária da educação, Raquel Teixeira, que oficiou à Saneago solicitando o corte com a finalidade de forçar o fim do movimento, contrariando sua própria palavra, que era pelo diálogo.
Na campanha de 2014 para governador do Estado, a Odebrecht doou R$ 1,81 milhão para a campanha vitoriosa de Marconi Perillo (PSDB). O Contrato da empresa com a Saneago tem duração de 30 anos e a Odebrecht espera faturar R$ 2,1 bilhões ao final desse período.
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