A ativista política Viviane Mota Freitas acredita que o Brasil tem avançado no combate à corrupção, mas que é preciso que o povo, enquanto principal ator num estado democrático, exerça, de fato, o seu papel no processo de limpar o país das práticas corruptas. Segundo Viviane, a alternância na política, como a renovação do legislativo e o fim da reeleição para cargos do executivo, é fundamental para que esquemas de corrupção não se perpetuem. “É inadmissível que uma única pessoa, ou mesmo um partido, governe por décadas a fio, como é o caso de Goiás”, diz a peemedebista se referindo ao Governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que está no poder há quase 18 anos.
Viviane diz que o cidadão precisa exercer o seu poder-dever de escolher seu governante e promover sempre a alternância, a fim de que o município, estado e país não se torne um feudo de uma única pessoa. “O político profissional é o grande problema do Brasil. Tanto no executivo, quanto no legislativo, temos pessoas que se profissionalizaram como políticos, que estão aí, exercendo mandatos, há 15, 20 e até mais de 30 anos. Isso é inconcebível”, pontua, lembrando que um estado aparelhado deixa de cumprir sua função social.
Para Viviane, “com a perpetuação desses “profissionais” no poder, o estado sofre um aparelhamento, de forma que só os interesses de quem detém o cargo é garantido. Forma-se uma rede de favorecimento e cumplicidade, como se fosse uma verdadeira facção, e o resultado é este que estamos assistindo: quadrilheiros assaltando o erário. Ressalte-se, entretanto, que isso não é privilégio do PT, mas um mal que atinge todos os estados onde o poder é exercido por décadas por uma mesma pessoa ou pela chamada familiocracia, onde pai elege o filho sem nenhuma expressão política”, lembra.
Segundo a atuante ativista, as eleições municipais será a chance do cidadão mostrar a sua determinação de romper com esse modelo viciado de política, que tem contribuído para o esfacelamento do ente Estatal, seja municipal, estadual ou federal. “As eleições municipais nos mostrarão se o cidadão está disposto a realmente mudar o quadro de política viciada, que se institucionalizou desde a redemocratização do Brasil em 1985, ou se vai manter o status quo, de uma política envelhecida e corrupta”, diz.
“A renovação do legislativo municipal Brasil a fora pode ser o começo dessa mudança de paradigma e de moralização das instituições brasileiras. Numa democracia, onde o povo é livre para, a cada 4 anos, escolher seus governantes, é inadmissível que mandatos sejam concedidos por 16, 20 e até 32 anos”, entende Viviane.