Desafiando o bom senso, a inteligência do povo goiano e, principalmente, a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, Jayme Rincon descartou sua ida à casa de leis explicar o esquema de corrupção que começou a ser desbaratado pela Operação Compadrio, do Ministério Público de Goiânia e que ocorria dentro da Agência Goiana de Transportes e Obras – Agetop, da qual Rincon é o presidente.
Em entrevista a Rádio 730 am, durante o lançamento do programa Inova Goiás, Rincon disse que todos os contratos da Agência estão a disposição: “a Agetop ainda não faz parte do processo, da investigação. Não existe nenhuma acusação formal em relação à Agetop. O que eu tenho de dizer é o que eu repito sempre: todos os contratos assinados desde 2011 estão, estavam e sempre estarão a disposição, não só da oposição, mas também de todos os órgãos de controle”, disse.
A Operação Compadrio, apelidada de Agetopão pela oposição, é resultado de investigações iniciadas em 2013 e apura a prática de crimes contra a administração pública, realizados por uma organização criminosa instalada em órgãos públicos do Estado de Goiás, especialmente na Agetop, que supostamente valeu-se de funcionários fantasmas e empresas laranjas para instrumentalizar desvios de dinheiro público. 23 pessoas foram presas na primeira fase da operação, incluindo o diretor de obras rodoviárias da Agência, José Marcos Musse.
O deputado estadual José Nelto protocolou no Ministério Público pedido para afastamento de Rincon da presidência do órgão, uma vez que há suspeita de que provas, contratos e documentos estariam sendo queimados e destruídos para dificultar futuras investigações. “São várias as informações que nos chegam que dão conta de que provas estão sumindo nas empreiteiras e na própria Agência. Isso é muito grave. Temos informações de que na Agetop, para se ganhar uma licitação, para realizar uma medição e para o pagamento de um trabalho, tem que dar propina. A oposição quer acabar com isso”, avisa o deputado oposicionista.
No início de agosto, Jayme Rincon acertou sua ida à Assembleia, primeiro para o dia 20 de agosto e logo em seguida prorrogou essa visita para o dia 10 de setembro. Agora, no entanto, aumentando ainda mais as suspeitas que recaem sobre o órgão e sua própria pessoa, Rincon avisa que não comparecerá à Assembleia para dar satisfações ao deputados.
