O Promotor de Justiça do Ministério de Goiás, Fernando Krebs e o Procurador da República em Goiás, Mário Lúcio Avelar, além de representantes da Associação Nacional do MP de Contas, Conselho Nacional de Procuradores Gerais de Contas, Instituto de Fiscalização e Controle e da Associação Contas Abertas, protocolaram ao presidente do Tribunal de Contas do Estado de Goiás pedido de imediato afastamento do Conselheiro Edson Ferrari da relatoria do julgamento das contas de Governo, exercício 2015, por suspeitas de parcialidade em favor do Governador Marconi Perillo.
No pedido, os MPs dizem haver indícios de que o Conselheiro Edson Ferrari não só mantém uma íntima relação de amizade com o Governador, “mais ainda gratidão, de modo a afirmar que vai agir contra aqueles que ousarem a se postar no caminho do chefe do executivo. Os representantes dos Ministérios Públicos afirmam, ainda, que, o Governador, por sua vez, retribui a lealdade, afirmando ao Conselheiro que “somos uns pelos outros aí”.
O pedido se fundamenta em gravação de um diálogo telefônico entre o Conselheiro Edson Ferrari e o Governador Marconi Perillo, amplamente divulgado pela imprensa, segundo o Ministério Público. No diálogo, transcrito na peça dos MPs, Ferrari diz a Perillo: “aí, eu quero te dizer que eu vou… esses nego aí que estão te sacaneando, você pode deixar eles comigo, viu” . E prossegue: “já comecei a movimentar hoje. Depois eu te falo pessoalmente… Pessoal que tentou te sacanear não vai ficar incólume não. Pode deixar comigo”. Ao final, segundo os Ministério Públicos, Marconi Perillo agradece o Conselheiro: “nos fazemos. Nós somos uns pelos outros aí.”
Para os Ministérios Públicos, “o magistrado de contas estaria obrigado a se declarar suspeito em situações como as flagradas pelas conversas telefônicas”. Como não o fez, houve a necessidade constitucional de se pedir o afastamento dele do julgamento das contas de 2015 do Governador, diz o promotor.