De acordo com a doutora em economia Ana Carla Abrão, ex-secretária da Fazenda de Goiás, a assistência financeira e de liquidez necessária para minimizar os custos econômicos que a crise do coronavírus já está dando sinais de que vão ocorrer e que só estão no início, deve ser dada pelo Governo Federal. Ana Carla falou ao Jornal O Popular, em entrevista publicada na noite desta sexta-feira, 3/04.
Segundo a economista, essas medidas começam com as que já têm sido anunciadas, com assistência de liquidez, como a renda de R$ 600, como a interrupção de cobrança de impostos, como algumas medidas que o Banco Central vem tomando em conjunto com os bancos para aliviar as pequenas e médias empresas.
Ana Carla lembra que ainda há um conjunto de medidas que deverão vir na sequência para garantir que as empresas não quebrem, que os bancos não tenham problemas de liquidez, em função do aumento da inadimplência, para que as pessoas possam retomar a sua vida, do ponto de vista econômico-financeiro, organizada.
A hoje head do escritório da Oliver Wyman no Brasil e sócia nas práticas de Finanças & Risco e Políticas Públicas afirma que Essas medidas devem vir necessariamente do governo federal. “A gente tem que lembrar que Estados e municípios no Brasil não podem emitir dívida, eles não têm, como no caso do governo federal, capacidade de emitir dinheiro, por meio de um maior endividamento”, explica.
Abrão ensina que o governo federal deve ter a sensibilidade, nesse momento, para garantir que esses recursos cheguem na ponta, no cidadão. “Isso vai exigir necessariamente que o Tesouro Nacional seja ativo na concessão de garantias, na concessão de liquidez, na construção de soluções junto com Estados e municípios para todo o socorro que será necessário, chegue ao cidadão”, pontua.