A Secretária da Fazenda do Estado de Goiás, Ana Carla Abrão, que estaria de saída da pasta para integrar a equipe do prefeito eleito de São Paulo, João Dória Jr, evita o debate nas redes sociais sobre o rombo na Conta Centralizadora do Estado e de outros assuntos sobre as contas públicas de Goiás. Pouco democrática, Ana Carla não aceita questionamentos e acaba bloqueando todos que insistem em questioná-la sobre o assunto.
Ana Carla assumiu em janeiro de 2015 e sob o seu comando as contas públicas do Estado apresentaram significativa piora em relação a 2014. O saldo negativo da Conta Centralizadora, por exemplo, um dos maiores gargalos do atual Governo, cresceu estrondosos R$ 640 milhões, chegado a R$ 2,1 bilhões (considerando o pagamento total da folha de dezembro de 2015). Outro ponto negativo da Sefaz foi o déficit financeiro orçamentário, que bateu recorde e chegou a R$ 1,885 bilhões, o maior da história de Goiás.
O superávit primário, a economia feita pelo Governo para pagar o principal e juros da dívida, alcançado por Abrão, foi de apenas R$ 6 milhões, frente a R$ 2,2 bilhões do serviço da dívida. Mais grave ainda, e que poderia render intervenção federal em Goiás, foi a inscrição de cerca de R$ 1,1 bilhão em Restos a Pagar sem a provisão de Caixa, o que é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal por comprometer o orçamento futuro. Segundo a Auditoria do Tribunal de Contas de Goiás, o Estado não teria cumprido as vinculações constitucionais da Saúde, Educação e Cultura e teria usado de “contabilidade criativa”, efetuando Ordens de Pagamentos Extraorçamentárias sem o devido lastro financeiro para parecer que tivesse cumprindo essas vinculações.