A advogada e empresária Ana Paula Rezende decidiu que não vai disputar a eleição para a prefeitura de Goiânia no ano que vem. A decisão foi anunciada pela emedebista ainda na noite de ontem (29/08), e foi tomada, segundo ela, depois de um longo período de reflexão. A filha do ex-prefeito e ex-governador de Goiás, Iris Rezende Machado, vinha sendo celebrada como a principal aposta do MDB goiano para a disputa. O presidente da legenda em Goiás, vice-governador Daniel Vilela, chegou a chamá-la de “candidata dos senhos”. O nome de Ana Paula era consenso na base aliada do governo e, indiscutivelmente, teria o apoio do governador Ronaldo Caiado e de Gracinha Caiado.
Nas suas redes sociais, Ana Paula Rezende disse que se sentiu honrada e envaidecida com o convite do MDB, sobretudo porque entendeu esse chamamento como mais uma homenagem ao seu pai. Segundo Ana, a militância emedebista enxergou nela um pouco de Iris Rezende, reconhecidamente um dos maiores líderes políticos de toda história de Goiás. Ela anunciou, também, que não descarta uma futura candidatura, e que quer continuar contribuindo com Goiânia e Goiás, sempre defendendo o que, de acordo com ela, aprendeu em casa: a boa política.
“Após um tempo de profunda reflexão tomei a decisão de não apresentar meu nome como pré-candidata a prefeita nesta eleição. Agradeço ao vice-governador e presidente do MDB, Daniel Vilela, que abriu as portas do nosso partido e que sempre foi muito cuidadoso comigo. Agradeço também ao governador Ronaldo Caiado, por ter a certeza de que estaria ao meu lado se levasse adiante uma candidatura. Agradeço, sobretudo, aos milhares de militantes do MDB e admiradores do trabalho do meu pai e da minha mãe pelo incentivo genuíno. Vocês enxergaram em mim a possibilidade de ter um pouquinho mais de Iris cuidando de Goiânia, e isso me orgulha muito”, escreveu.
MDB
Com a decisão de Ana Paula Rezende, o MDB de Daniel Vilela pode não ter uma candidatura própria para disputar a prefeitura da capital nas eleições de 2024, fato que não ocorre desde 2012, quando o partido apoiou a reeleição de Paula Garcia (PT), que assumiu a prefeitura depois da renúncia de Iris Rezende, em 2010. O partido contava com Ana Paula para retornar ao Paço, depois de vencer as eleições de 2020 e não assumir a gestão em virtude do falecimento do titular Maguito Vilela.
Sem Ana Paula, o MDB ainda aposta numa eventual liberação de Gustavo Mendanha (que já tem volta acertada para o partido) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para disputar a eleição majoritária em Goiânia no ano que vem. O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia estaria impedido de concorrer em virtude da vedação legal imposta pelas jurisprudências do TSE e STF, que proíbem um terceiro mandato consecutivo. Mendanha foi eleito e reeleito em Aparecida nas eleições de 2016 e 2020, respectivamente, e, em tese, não poderia concorrer para um eventual terceiro mandato em Goiânia. O MDB deve fazer uma consulta formal ao tribunal sobre a questão.
Entre analistas políticos, é consenso que uma possível ausência de uma candidatura própria e competitiva do MDB em Goiânia pode ter consequências muito ruins para uma quase certa candidatura de Daniel Vilela a governador de Goiás em 2026. Além de ser o maior colégio eleitoral do estado, ganhar Goiânia, na avaliação dos especialistas, é uma condição que favoreceria sobremaneira o projeto do vice-governador em 2026, primeiro porque mostraria a força do partido, favorecendo a aglutinação das lideranças políticas, e outra porque manteria o protagonismo do MDB na base aliada do governador Ronaldo Caiado.
