Os elogios do Prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), ao Governador Marconi Perillo (PSDB), durante inauguração do Hugo 2, na região noroeste da capital, é um ponto fora da curva na política goiana.
Politicamente o Prefeito de Goiânia tem amargado os piores índices de popularidade já atribuídos a um gestor goianiense. Não há como negar que isso se deve, em parte, a uma tática do governo Estadual de transferir para Garcia os holofotes da inoperância e incompetência de que também padece na administração do estado. O provável candidato do governador ao Paço em 2016, Jaime Rincon, atual presidente da Agetop, também presente à solenidade, é um dos mais ferrenhos críticos de Garcia. Rincon já foi, inclusive, acusado pelo Prefeito de ter montado uma central de boatos na Agetop para prejudicá-lo administrativa e politicamente.
A imprensa goiana não tem simpatia pelo Prefeito e isso ajuda maximizar sua deficiência administrativa. A falta de habilidade política do gestor municipal completa o seu fiasco à frente da administração da Capital. Numa sofrível convivência com o legislativo municipal, Garcia tem amargado sucessivas derrotas em projetos de seu interesse, o que, aos olhos da população, contribui para sua baixa popularidade.
Recentemente o Jornal O Popular divulgou que Goiânia tem a 3ª pior governança entre as capitais brasileiras, ficando à frente apenas de São Luis-MA e João Pessoa-PB. Os números são do Índice de Gestão Fiscal da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Ferjan) e diz respeito ao ano de 2013. Jeovalter Correia, secretário de finanças de Goiânia, no entanto, diz que 2013 foi um dos anos mais difíceis para a Prefeitura de Goiânia. Ele diz que a situação da capital estará melhor nos estudos que serão divulgados nos próximos anos.
A surpreendente aproximação de Paulo Garcia com Marconi Perillo, ao qual fez rasgados elogios, depois de todo alijamento político perpetrado pelo executivo estadual, soa, na melhor das hipóteses, como uma vítima da síndrome de estocolmo. Na pior, revela a falta de altivez de um gestor que perdeu completamente a fé em si mesmo.
