Nos bastidores da política goiana, é dada como certa a candidatura do senador Vanderlan Cardoso (PSD) à Prefeitura de Goiânia nas eleições de 2024, e já se vê movimentações nesse sentido. Recentemente, falou-se que o senador estaria deixando o PSD, justamente para viabilizar uma futura pré-candidatura ao Paço no ano que vem. Ele, no entanto, negou que estaria deixando o partido. Em 2020, Vanderlan disputou a eleição municipal na capital com Maguito Vilela (MDB), e foi derrotado em segundo turno por uma diferença de pouco mais de 5% dos votos válidos. Na época, o senador goiano teve o apoio do governador Ronaldo Caiado (UB).
De lá pra cá, no entanto, Vanderlan decidiu se distanciar de Ronaldo Caiado e optou, na eleição majoritária do ano passado, por apoiar o adversário de Caiado na disputa pela reeleição, Major Vitor Hugo (PL), candidato do então presidente Jair Bolsonaro, derrotado pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial. Em Goiás, o candidato do União Brasil foi reeleito em primeiro turno com quase 52% dos votos válidos. Mais uma derrota de Vanderlan.
Analistas avaliam que esse movimento de se distanciar de Ronaldo Caiado, equivocado, segundo os especialistas, minou as possibilidades do ex-prefeito de Senador Canedo assumir o protagonismo político/eleitoral numa eventual disputa ao Paço, em 2024. Com a ausência de Iris Rezende e Maguito Vilela, seria natural, dizem, que o senador aparecesse como um dos favoritos na eleição para a prefeitura de Goiânia, sobretudo por sua performance no pleito de 2020, e pela atipicidade daquela eleição, tendo em vista o adoecimento e internação do candidato Maguito Vilela.
O desequilíbrio da disputa ficou evidente quando Vanderlan foi obrigado a disputar uma eleição com seu adversário internado em São Paulo, apresentando quadro grave de saúde. Por esse motivo, avalia-se que o candidato do PSD teria sido prejudicado com a situação.
O fato de Vanderlan “virar as costas” para Ronaldo Caiado, no entanto, mesmo com o seu partido apoiando a reeleição do governador, foi lido pelos eleitores como ingratidão. Está muito vivo na memória dos goianienses a dedicação e o apoio envidados por Caiado em prol da eleição de Vanderlan para prefeito de Goiânia. “O governador vestiu a camisa da campanha de Vanderlan, se envolveu completamente, e quando chegou a hora do senador retribuir, ele ignorou o governador e foi apoiar um adversário de Caiado. Na política se perdoam muitas coisas, mas a ingratidão é mais difícil”, diz um analista, embora ainda faltem quase dois anos para o pleito.
Para além da questão pessoal, Vanderlan, caso decida mesmo ser candidato a prefeito de Goiânia, terá dificuldades de viabilizar uma aliança com partidos da base do governador, já que Caiado deve apoiar um candidato do próprio União Brasil, ou do MDB, partido do vice-governador Daniel Vilela. A disputa pelo Paço em 2024 deve reunir outros nomes com peso eleitoral, mas o MDB deve surgir como o favorito para retomar a administração que ganhou nas urnas em 2020, mas que, por ironia do destino, não levou.
