Ronaldo Caiado, governador de Goiás, tem se destacado como uma figura proeminente da direita tradicional no Brasil, sendo o mais bem avaliado do país, segundo diversas pesquisas. Sua postura política, pautada pela racionalidade e pelo respeito às instituições, contrasta com os movimentos mais radicais que ganharam força nos últimos anos. Caiado representa um modelo de liderança que valoriza o diálogo e a construção de consensos, características fundamentais da direita moderada que, atualmente, se vê em um cenário político desafiador.
É importante esclarecer que a direita e a extrema-direita são conceitos distintos. A direita tradicional, à qual Caiado pertence, se fundamenta em princípios como a defesa da propriedade privada, a importância do Estado de Direito e a promoção de uma economia de mercado regulada. Em contrapartida, figuras como Jair Bolsonaro e Pablo Marçal estão muito mais alinhadas com a extrema-direita, que tende a adotar posturas autoritárias, populistas e, muitas vezes, antidemocráticas. Essa confusão entre os dois espectros políticos tem gerado um debate raso e polarizado, ofuscando a verdadeira essência da direita no Brasil.
Atualmente, a direita brasileira enfrenta um dilema: a escassez de líderes e ideais que representem adequadamente suas pautas. O que se observa é que quem está realmente órfão no cenário político são os representantes da direita tradicional, enquanto a extrema-direita se fortalece em meio a discursos inflamados e polarizadores. Essa desidentificação da direita com o conservadorismo exacerbado e as práticas autoritárias dos extremistas tem deixado muitos eleitores em busca de novas referências, que não se encontrem imersas na radicalização. Nesse sentido, outra vez o nome de Caiado é citado como como capaz de unir a direita brasileira.
O movimento que se diz conservador no Brasil, muitas vezes associado a Bolsonaro, apresenta incoerências que merecem ser analisadas. Enquanto se proclamam defensores dos valores tradicionais, muitos desses grupos têm adotado posturas que se distanciam do respeito mútuo e da convivência democrática. Essa dissonância cognitiva é evidente quando observamos a adesão de setores da população, rotulados como “pobres de direita”, a um discurso que, em essência, vai contra seus próprios interesses socioeconômicos. Essa contradição gera um embate interno que prejudica a construção de um verdadeiro conservadorismo que respeite a pluralidade e a dignidade de todos os cidadãos.