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Política

Bolsonaristas goianos fazem autocrítica e admitem que radicalismo não ganha eleição

Embora os discursos busquem combater o isolamento do PL goiano, é preciso reconhecer que essa inflexão trazida pelas lideranças liberais gera um dilema: será que o eleitor bolsonarista, aquele que se identifica justamente com a retórica agressiva, com o confronto e com a intolerância ao contraditório, aceitará essa flexibilização pragmática?

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Deputado federal Gustavo Gayer e o vereador Oseas Varão, ambos do PL, reconhecem efeito deletério do radicalismo

Aos poucos, lideranças do bolsonarismo goiano começam a reconhecer os limites eleitorais do radicalismo. O discurso inflamado que marcou a ascensão de nomes como o deputado federal Gustavo Gayer (PL) e o vereador Oseas Varão (PL) já não parece tão eficaz na hora de conquistar votos fora da bolha ideológica.

Em uma surpreendente mea culpa, ambos admitiram que o comportamento extremado do partido — e deles próprios — tem isolado o PL em Goiás e comprometido seu desempenho nas urnas. Gustavo Gayer, um dos principais expoentes do bolsonarismo digital no estado, reconheceu que sua postura beligerante não ajuda o partido a ganhar eleições.

Segundo o bolsonarista goiano, o PL acaba sendo penalizado por sua imagem radicalizada. Essa constatação tem implicações diretas para o futuro político do senador Wilder Morais, presidente estadual da sigla, que vê o partido encolher eleitoralmente justamente por conta da intransigência de seus quadros mais visíveis.

A crítica interna foi reforçada por Oseas Varão. O vereador goianiense disse que “não dá para ganhar eleição só com voto bolsonarista” e defendeu um novo caminho: mais pragmatismo, mais diálogo e alianças para além da extrema direita. Ele afirmou que é preciso conversar inclusive com quem pensa diferente — algo que seria heresia para o bolsonarismo-raiz.

Radicalismo de Gustavo Gayer isolou o PL goiano

O próprio deputado federal Gustavo Gayer, um dos mais radicais bolsonaristas do Brasil, corrobora a avaliação de especialistas, que veem no comportamento do deputado um dos motivos do isolamento do PL em Goiás.

“Eu era o mais aguerrido e radical e continuo sendo, mas eu aprendi a conversar com todos os lados”, disse Gayer em encontro do partido, embora, recentemente, tenha causado grande ebulição ao atacar o correligionário Major Vitor Hugo.

 

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