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Política

Bolsonaro dá sinais de que pode apoiar Caiado em 2026, diz colunista

Bela Megale, do jornal O Globo, aponta que lideranças do PL enxergam uma clara aproximação do ex-presidente com o governador de Goiás, o que, na avaliação desses aliados, é um sinal de que Bolsonaro pode ser um cabo eleitoral de Caiado numa eventual corrida ao Planalto em 2026

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Governador Ronaldo Caiado (UB) reafirma desejo de concorrer à presidência da República em 2026 com apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro

A colunista do jornal O Globo Bela Megale, em sua coluna publicada nesta quarta-feira (29/05), discorre sobre uma aproximação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB). Segundo narra, a suposta resistência que o ex-capitão teria em relação a Caiado – hoje o governador mais bem avaliado do Brasil -, “tem arrefecido a olhos vistos”.

A colunista diz que, segundo integrantes do PL, o ex-presidente deu sinais de que pode ser um cabo eleitoral do governador de Goiás numa possível corrida pelo Palácio do Planalto em 2026, e avalia que eventuais desgastes por conta das posições contrárias de ambos em relação ao enfrentamento à pandemia da Covid-19 ficaram no passado. “Gestos recentes de Caiado, como a ida ao ato em defesa de Bolsonaro em São Paulo, aproximaram os dois”, pontua.

No seu artigo, Bela Megale lembra que no mês passado, Bolsonaro fez elogios públicos a Tarcísio e Caiado no palco da Agrishow, a maior feira de tecnologia agrícola do Brasil. O ex-presidente disse que, “se não voltar um dia” a disputar a presidência, “plantou sementes”, referindo-se aos dois governadores.

Planalto

Ronaldo Caiado tem reafirmado seu desejo de concorrer à presidência da República nas próximas eleições como candidato da direita, espectro político pelo qual construiu toda sua carreira política de quase 40 anos. Defensor intransigente do direito de propriedade e de políticas liberais no campo econômico, Caiado tem se notabilizado como o governador mais bem avaliado do Brasil, segundo pesquisas recentes. Sua atuação no campo da segurança pública o tem colocado como protagonista nos debates nacionais com vistas às políticas públicas que inevitavelmente irão nortear as pautas eleitorais de sucessão ao presidente Lula em 2026.

O governador goiano descarta, no entanto, deixar o seu partido, o União Brasil, para buscar uma possível candidatura por outra legenda. Perguntado se o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, seria uma opção, caso o União Brasil não leve seu nome adiante, Caiado foi peremptório e disse não ver chances disso ocorrer.

“Não. Eu não vejo essa condição, até porque não é uma característica de Ronaldo Caiado. Eu, em 1989, criei o PSD para concorrer a presidente. Depois entrei no PFL e nunca mais mudei de partido. O PFL, o DEM, o União Brasil é o mesmo partido. Então, eu tenho um grupo de colegas muito bom dentro do partido, temos bons quadros, boas pessoas na política, com boa capacidade de debate, de conteúdo, e sempre fizemos a boa política. O que precisamos buscar são alianças, composições políticas”, explicou, em entrevista ao jornal Correio Braziliense.

Caiado afirma que o União Brasil, na condição de terceiro maior partido do país, com uma bancada de 61 deputados federais e 14 senadores, terá candidato próprio nas próximas eleições gerais, e que vai trabalhar para que seu nome esteja à disposição na convenção nacional da legenda no momento oportuno.

“Eu entendo que o terceiro maior partido do país, se não estiver pretendendo disputar eleição majoritária não é partido. Só enxergo um partido, com essa dimensão, se nós, realmente, tivermos também um projeto de poder. Não existe partido que não tenha essa disputa. Quem não disputa não tem torcida. Então, como que um partido, do tamanho do União Brasil, não vai se preparar para as convenções de 2026?”, questiona.

Apoio de Bolsonaro

Em entrevista ao Portal Metrópoles, Caiado adiantou que, caso consiga viabilizar sua candidatura a presidente, vai sim buscar o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas que ainda reúne uma grande força eleitoral Brasil afora. O governador de Goiás lembrou que sua relação com Bolsonaro foi a mais respeitosa possível, mas destacou que tem o seu próprio estilo de governar, e reforçou que não abre mão das suas convicções políticas, nem tampouco dos seus princípios e valores que são caros à sua consciência.

“Minha relação com Bolsonaro não é de agora, ela vem dos 24 anos que passamos juntos no Congresso, e a convivência com ele sempre foi, como tenho com outras pessoas, muito respeitosa, mas eu guardo sempre a minha independência. No primeiro turno para as eleições em Goiás ele apoiou um outro candidato contra mim, eu ganhei no primeiro turno, e nem por isso eu deixei de apoiá-lo no segundo turno. Como estava polarizado entre Lula e Bolsonaro, eu apoiei Bolsonaro, entrei na sua campanha. Sempre o recebi em Goiás, como recebo os ministros do governo, converso, sento, dialogo. E, caso eu venha a ser candidato, lógico que eu vou buscar o apoio dele. Agora, eu tenho o meu estilo de governar. Isso é próprio de cada um. Ele (Bolsonaro) tem o estilo dele, eu tenho o meu, o Lula tem o dele”, explicou.

Para o governador de Goiás, Bolsonaro é uma aliado que ainda tem, sem dúvidas, um grande poder de transferência de voto e acredita que ele vai ter grande influência na eleição de 2026. Para Caiado, no entanto, é fundamental que o político que pretenda disputar a presidência tenha, sobretudo, autonomia e possa, dentro do seu estilo, aplicar seu conhecimento e defender suas convicções, lembrando que foi eleito e reeleito em Goiás justamente porque a população conhece a sua personalidade.

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