Disposto a disputar o governo de Goiás nas eleições de outubro próximo, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), deixou o MDB em outubro do ano passado, inconformado com a decisão do partido de firmar aliança com o ainda DEM do governador Ronaldo Caiado, que vai buscar sua reeleição. O ex-emedebista defendia candidatura própria do MDB ao governo, mais precisamente a sua candidatura, mas foi derrotado em consulta feita aos diretórios do partido em Goiás.
Quando deixou o MDB, Gustavo Mendanha declarou que havia sido procurado por vários partidos, os quais buscavam sua filiação. O fato, porém, é que até hoje o ex-emedebista não encontrou uma legenda para sustentar o seu projeto de chegar ao Palácio das Esmeraldas. A situação tem preocupado aliados do prefeito de Aparecida de Goiânia, sobretudo porque essa indefinição prejudica a formação das chapas proporcionais e até mesmo o destino daqueles aliados que precisam definir legendas para caminhar junto com Mendanha.
Gustavo Mendanha já esteve perto de se filiar ao PL de Magda Mofatto e Flávio Canedo, hoje uma legenda mais à direita, sobretudo porque abriga a pré-candidatura de Jair Bolsonaro à reeleição, já conversou com o Podemos, um partido de centro-direita e até mesmo com o PSB, ideologicamente de esquerda, e agora, com a negativa do PL, foca sua atenção para o conservador Patriota.
Esse pragmatismo todo do prefeito de Aparecida de Goiânia preocupa até os mais próximos. Segundo aliados e ex-aliados, quando o pré-candidato transita de um extremo ao outro, a mensagem que passa é que não se definiu ideologicamente e que lhe falta projetos de governo. “Fica claro que o projeto político desse pré-candidato é de poder e não de governo. E isso o eleitor percebe muito claramente”, diz um ex-emedebista.
Recentemente, em entrevista ao jornal O Popular, o presidente do MDB goiano, Daniel Vilela, disse que o seu ex-aliado tem tido um comportamento político raso e estaria sendo usado por políticos da oposição ao governador Ronaldo Caiado.