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Política

Caiado avalia que não se pode rotular o eleitorado brasileiro apenas de bolsonarista ou não-bolsonarista

Para o governador goiano, a maioria dos eleitores no Brasil hoje é conservadora nos costumes e liberal na economia, características da política que ele defende há quase 40 anos

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Ronaldo Caiado, governador de Goiás: "minha trajetória política sempre falou ao eleitorado conservador"

Em entrevista à Revista Veja, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), fez uma avaliação política do quadro eleitoral no Brasil atual e sustentou que não é prudente rotular o eleitorado brasileiro apenas de “bolsonarista” ou “não-bolsonarista”. Segundo Caiado, o país tem hoje uma vertente eleitoral majoritária do campo conservador nos costumes e liberal na economia, características da política que ele defende desde 1986, e que, inclusive, foi pauta da sua primeira candidatura à disputa pela presidência da República em 1989.

Para o governador de Goiás, é fato que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) conseguiu, como nenhum outro político brasileiro, encampar um movimento conservador no país como jamais visto, e que esse eleitorado que se identifica com as pautas de direita é exatamente o mesmo eleitorado que o acompanha desde a década de 1980 e que o elegeu cinco vezes deputado federal, senador e duas vezes governador de Goiás.

“O meu caminho, a minha trajetória de vida, minha coerência nas minhas ações, sempre falou a este eleitorado. Então, não tem nenhum divórcio entre o eleitorado do presidente Bolsonaro e o eleitorado do governador Ronaldo Caiado (…) Esse eleitorado, não tem como querer rotulá-lo apenas de bolsonarista ou não-bolsonarista. Esse é um eleitorado conservador, que acredita na economia de mercado, é um eleitorado que quer buscar um equilíbrio, a paz, a governança, a convivência entre os poderes, e tudo isso eu demonstrei na minha gestão à frente do governo de Goiás”, pontuou.

Caiado explicou, ainda, que eventuais divergências entre ele e o ex-presidente ficaram no passado e que, se ocorreram, mostram, na verdade, a autonomia política que sempre teve na sua vida pública. Para o governador goiano, cada um tem o seu estilo de governar, de lidar com determinadas situações, sem que, contudo, isso implique em mudança da posição política.

“Não quer dizer que você tenha que comungar com todas as ideias. Você tem, também, o direito a opinar em posição contrária a um fato ou outro. Isso não quer dizer que você mudou de eleitorado (…) Governar é saber fazer política, é saber ampliar cada vez mais os pontos de concórdia para que a gente possa chegar a bons resultados”, frisou.

União Brasil

De acordo com Ronaldo Caiado, o seu partido, o União Brasil, deve lançar candidatura própria ao Planalto em 2026 e o seu nome estará à disposição da legenda para o desafio. Segundo o goiano, com a dimensão do União Brasil, que é a terceira maior bancada do Congresso, é natural que a legenda tenha um projeto de poder e que não justificaria que a sigla ficasse de fora da disputa.

Para Caiado, as últimas votações no Congresso, que culminaram com a derrota, que chamou de “acachapante”, do governo Lula, mostraram que o União Brasil deixou clara a linha que pretende seguir. Segundo o governador, ao se unir à oposição para derrubar os vetos do presidente Lula, o União Brasil acenou muito claramente ao eleitorado conservador e que é, por natureza, oposição ao atual governo.

“O eleitorado deseja uma candidatura em 2026 de oposição ao governo Lula. Tanto é verdade isso que estou dizendo, que a votação [no Congresso]mostrou não só uma derrota acachapante para o governo, mas exatamente uma realidade de que a ampla maioria do País não pensa hoje como o governo Lula”, explicou, ao discordar da fala do ministro Celso Sabino, que disse que o União Brasil estaria propenso a caminhar com o presidente Lula em 2026.

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