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Política

Caiado defende punição para mentores do plano que visava matar Lula e Moraes

De acordo com o governador goiano, aqueles que comprovadamente planejaram atentar contra autoridades devem ser punidos de forma pedagógica. Caiado voltou a defender a pacificação do país ao avaliar que ninguém aguenta mais a polarização violenta que tomou o Brasil

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Ronaldo Caiado defende punição para mentores da tentativa de golpe de estado no Brasil

Ao jornal O Popular, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), defendeu apuração rigorosa e punição exemplar para os mentores das ações criminosas investigadas pela Polícia Federal e que tinham como objetivo sequestrar e matar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. As ações teriam o objetivo de sustentar um possível golpe de estado no Brasil, mantendo o então presidente Jair Bolsonaro, que foi derrotado nas eleições de 2022, no poder. Nesta terça-feira (19), foram presas cinco pessoas – quatro militares e um policial federal – acusadas de integrarem um grupo criado para cometerem os crimes.

“Jamais imaginei na minha vida que situações como essa fossem sequer propostas. Ganhar e perder na eleição é normal, mas o respeito à democracia está acima de tudo. Tem de saber quem é o mentor, quem é o autor. Mentores, sim, precisam de pena educativa”, defendeu Caiado, ponderando que deve haver uma diferenciação de penas para aqueles que foram usados como massa de manobra nos atentados golpistas de 8 de janeiro.

“Aos cidadãos que foram utilizados como massa de manobra, deve haver capacidade de diminuir um pouco as suas penas para caminharmos para um processo de pacificação”, disse.

Sobre eventual participação de Bolsonaro e aliados mais próximos no plano golpista, Caiado afirmou que não é possível fazer prejulgamentos e que é preciso aguardar o desenrolar das investigações, mas reafirmou que, terminada as investigações e provada a participação de quem quer que seja, deve haver punição severa para os culpados.

“Não cabe a mim ficar interpretando até porque eu, como vocês, fiquei sabendo do fato hoje. Isso depende da apuração da veracidade dos fatos que foram colocados. E diante dessa veracidade, (tem de haver) a punição porque é inadmissível que qualquer pessoa se proponha a arquitetar um plano para matar alguém, para dar um golpe no Estado. Isso é inaceitável”, frisou.

Ao voltar a defender a pacificação do país, Caiado reforçou que o brasileiro não aguenta mais o clima beligerante que tomou a política nacional e lembrou que, embora tenha sido um dos primeiros a defender a anistia como forma de pacificação, o benefício não seria extensivo aos supostos crimes investigados pela PF.

“Eu fui o primeiro a defender (anistia) diante dos dados que existiam naquele momento. Não está extensivo a este momento. Me preocupa muito essa situação porque eu estava acreditando no momento de trazer paz e civilidade na política. O Brasil não suporta mais viver como está vivendo. Você vê um descrédito completo de um governo que está aí e mais os acontecimentos que acabam de ser reproduzidos neste momento agora, com pessoas ali – baseado na fala da Polícia Federal – articulando assassinatos de ministros do Supremo. É inaceitável”, disse.

Operação Contragolpe

Batizada de Contragolpe, a operação deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (19) mira agentes das Forças Especiais do Exército, conhecida também como ‘kids pretos’. Segundo a PF, os militares do Exército teriam planejado assassinar o presidente eleito Lula (PT) e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB). Outro alvo seria o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O plano estaria detalhado em um documento denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que faria parte da trama golpista apelidada pelo núcleo bolsonarista como “Copa 2022”. O objetivo central da ação era “impedir a posse do governo legitimamente eleito nas Eleições de 2022 e restringir o livre exercício do Poder Judiciário”. A ideia era que essa fase do golpe de Estado fosse colocada em prática no dia 15 de dezembro de 2022.

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