O governador Ronaldo Caiado denunciou, neste sábado (25/03), a tentativa da Enel, empresa italiana que esteve à frente da distribuição de energia elétrica em Goiás até o fim do ano passado, de tentar boicotar e impedir a licitação para o aluguel de ônibus elétricos que atenderão a linha do Eixo-Anhanguera, uma das mais importantes iniciativas do Governo de Goiás que visa a melhoria do transporte público na região Metropolitana de Goiânia. O pregão está previsto para esta segunda-feira (27/03).
A suspeita é que a empresa, que foi considerada por mais de uma vez a pior concessionária de energia elétrica do país, esteja agindo por retaliação às ações tomadas pelo Governo de Goiás, que acabaram culminando com sua saída do Estado, sendo substituída pela Equatorial Energia. O governador Ronaldo Caiado não economizou nas críticas e chamou a atitude da Enel de criminosa e de um gesto de clara retaliação ao povo goiano.
“Isso não surpreende. Nunca vi a Enel como uma empresa. A Enel é uma facção criminosa, um braço da máfia italiana que quase destruiu o sistema de energia do Estado e agora está querendo impedir e prejudicar as melhorias no transporte coletivo de Goiânia, num gesto de retaliação pela saída de Goiás”, disse Caiado.
O último prazo previsto para recursos no processo de licitação dos ônibus elétricos era na última quinta-feira (23/03). Às 22 horas, a Enel entrou com mais de 100 questionamentos em âmbito administrativo, solicitando a suspensão do certame. A Metrobus respondeu a todos os questionamentos na sexta-feira (24/03). No mesmo dia, a Enel entrou na Justiça com um mandado de segurança para suspender a licitação em andamento, que ainda não foi julgado.
Como prova de que a ação perpetrada pela empresa italiana se trata de uma retaliação, Caiado disse que muitos dos pontos que a empresa questiona compõem o Plano de Manifestação de Interesse (PMI), que a própria Enel ajudou a construir no início das discussões do processo licitatório para a troca dos ônibus. Ou seja, a Enel está questionando a modelagem que ela, ao lado de outras empresas, propôs que fosse a mais correta.
“Nossa defesa será apresentada o quanto antes. Não temos nada a esconder. Nosso objetivo é promover ampla melhoria no transporte da região metropolitana”, completou o governador Ronaldo Caiado.
Histórico
Após descumprir seguidamente os planos de investimentos na rede de distribuição de energia em Goiás e prestes a perder a concessão pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em dezembro de 2022 a Enel transferiu o controle da distribuição da energia em Goiás para a Equatorial Energia.
No período em que a empresa atuou em Goiás, desde 2016, o governador Ronaldo Caiado denunciou diversas vezes a Enel pela falta dos investimentos previstos, do péssimo serviço prestado ao consumir goiano e ainda de travar o desenvolvimento do Estado.