O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), usou suas redes sociais para se manifestar sobre as eleições na Venezuela, ocorrida no último domingo (28/07), e que teria, segundo o Conselho Nacional Eleitoral, garantido a reeleição do presidente Nicolás Maduro para o seu terceiro mandato. De acordo com Caiado, diante das suspeitas de fraudes que cercam o evento eleitoral na Venezuela, não é possível ter certeza de que o pleito tenha retratado a vontade do povo venezuelano.
“Recebi com apreensão o resultado da eleição presidencial na Venezuela, que não confirmou as projeções divulgadas. Sem a devida transparência, com o impedimento da entrada no país de observadores internacionais independentes, é impossível ter convicção da idoneidade do pleito realizado no último domingo (28)”, escreveu Caiado no X, antigo Twitter.
Defensor intransigente da democracia e das eleições diretas, Ronaldo Caiado avalia que é preciso que o Brasil e os demais países democráticos do mundo assumam uma postura altiva e cobrem, com a máxima veemência, provas que garantam a fidelidade do resultado final das eleições venezuelanas.
“Neste momento, cabe ao governo brasileiro e às demais democracias do mundo uma posição altiva e firme de cobrança pela divulgação das atas com a contagem detalhada dos votos, que garanta a total transparência do resultado final da eleição realizada no país vizinho”, pondera.
Até o momento, o governo brasileiro ainda não se pronunciou a respeito das eleições na Venezuela. Segundo o Planalto, Lula estaria aguardando a apresentação das atas de votação e a publicação dos dados desagregados de cada uma das sessões para um pronunciamento oficial. Para o governo, isso é fundamental para se atestar a legitimidade do pleito.
Eleições
As eleições na Venezuela foram disputadas pelo atual mandatário do país, Nicolás Maduro, que busca sua terceira reeleição, e pelo representante da oposição, Edmundo González, apoiado pela principal líder oposicionista, Maria Corina Machado, que foi impedida de disputar a eleição após uma suspeita decisão do Supremo Tribunal de Justiça venezuelano.
Sob desconfiança da comunidade internacional e com apenas 80% das urnas apuradas, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, órgão responsável pela apuração, proclamou na tarde desta segunda-feira (29) a vitória de Nicolás Maduro na eleição realizada no domingo (28).
O anúncio, que ocorreu menos de 24 horas após o fechamento das urnas, dá a Maduro seu terceiro mandato como presidente. Ele poderá completar 17 anos no poder – mais do que seu antecessor, Hugo Chávez, que governou a Venezuela por 14 anos.
A oposição denunciou fraude no processo e disse que o vencedor foi Edmundo González. O bloco liderado por Maria Corina Machado cobrou a divulgação das atas eleitorais (documentos que registram os votos em cada local de votação). A capital Caracas teve panelaços e protestos após a proclamação do resultado.