Ainda sem um nome definido para representar a base governista na disputa pela prefeitura de Goiânia nas eleições do ano que vem, o governador Ronaldo Caiado e o vice, Daniel Vilela, presidentes dos União Brasil e MDB, respectivamente, os dois maiores partidos da base, cogitam o nome de Jânio Darrot, empresário e ex-prefeito de Trindade por dois mandatos, recentemente filiado ao MDB, para disputar o Paço em 2024. Caiado e Vilela teriam tido uma primeira conversa com o ex-prefeito com o objetivo de ouvi-lo sobre a possibilidade de encarar o desafio. A notícia foi dada em primeira mão pela Coluna Giro, do Jornal O Popular.
O grupo governista, que reúne aliados próximos tanto de Ronaldo Caiado quanto de Daniel Vilela, sustenta que os últimos levantamentos feitos na capital, incluindo pesquisas qualitativas, indicaram que os goianienses querem de fato uma mudança no comando da gestão municipal, mas que não estariam dispostos a apostar em aventuras. A mudança teria que vir com segurança, dizem.
Jânio Darrot confirmou a conversa que teve com Ronaldo Caiado e Daniel Vilela e mostrou-se empolgado com a possibilidade de encabeçar a chapa governista para prefeito de Goiânia. Segundo ele, havendo a união de forças esperadas, a construção de uma estrutura partidária e política que dê sustentação a esse projeto, topa o desafio. “Sem falsa modéstia, me sinto preparado”, disse.
Uma possível candidatura de Darrot atenderia não só as expectativas do eleitorado goianiense, dizem os aliados governistas, mas também teria forças para contrapor uma possível candidatura do senador Vanderlan Cardoso (PSD), que já manifestou o interesse em disputar, pela terceira vez, a prefeitura de Goiânia. Assim como Darrot, o pessedista também é um empresário bem sucedido e também governou Senador Canedo, outra cidade da região Metropolitana, por dois mandatos.
Empresário da moda e morador de Goiânia, Jânio Darrot foi eleito prefeito de Trindade pela primeira vez em 2012 e reeleito em 2016. Governou até 2020 e foi sucedido por seu aliado e afilhado político, Marden Júnior. O empresário chegou a presidir o PSDB em Goiás, depois esteve no Patriota e no início deste ano se filiou ao MDB de Daniel Vilela. O sucesso de suas gestões na cidade vizinha coloca Jânio Darrot como um dos principais nomes da política na região Metropolitana.
Depois que a empresária e advogada Ana Paula Rezende, filha de Iris Rezende, decidiu que não concorreria ao pleito do ano que vem em Goiânia, o MDB de Daniel Vilela ficou sem um nome para Goiânia em 2024, já que o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha, que está voltando ao partido e seria outro possível candidato da sigla para a disputa, não reuniria condições jurídicas para concorrer ao executivo municipal nas próximas eleições. Caso se viabilize a candidatura de Darrot, o MDB retomaria o projeto de reaver o Paço, já que venceu as eleições de 2020, mas, em virtude da tragédia que alcançou Maguito Vilela, não pôde governar a capital.
Como informado na semana passada, o MDB vem elaborando um plano de governo para ser apresentado aos eleitores goianienses em 2024. O trabalho está sendo desenvolvido pela Fundação Ulysses Guimarães (Fug), entidade ligada ao MDB. O responsável pela condução dos trabalhos é o ex-vereador e ex-presidente da Câmara de Goiânia, Andrey Azeredo. Segundo o emedebista, independente do MDB lançar um candidato próprio à sucessão de Rogério Cruz, o partido tem o dever de apresentar projetos e de pensar uma Goiânia desenvolvida e uma cidade que ofereça qualidade de vida aos seus moradores.
“É claro que a gente faz isso buscando que um próprio quadro de partido seja candidato e vencedor. Mas não necessariamente. Com o MDB ocupando a vice-governadoria, com Daniel Vilela, numa aliança gigante, a gente entende que o plano pode ser de todo o grupo”, explicou Andrey.
Apesar do trabalho desenvolvido pela Fug e, agora, da possibilidade do partido ter um nome para concorrer em Goiânia nas próximas eleições, o presidente do MDB, Danile Vilela, reforça que tudo está sendo tratado em comum acordo com o governador Ronaldo Caiado, a quem chama de timoneiro do processo eleitoral, não só em Goiânia, como em todo Estado.
Bruno Peixoto
Outro nome que tem se colocado à disposição da base para concorrer à prefeitura de Goiânia, o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Bruno Peixoto (União Brasil), disse que não terá dificuldades em apoiar o nome que o governador Ronaldo Caiado e o vice Daniel Vilela entenderem como viável para representar a base em 2024 em Goiânia.
Embora venha realizando um intenso movimento para se viabilizar o candidato da base, Bruno Peixoto repete à exaustão que só seria esse candidato caso o governador Ronaldo Caiado assim o desejasse. Nos bastidores, no entanto, a informação é que o governador não estaria disposto a abrir mão de Peixoto na presidência da Alego nos últimos dois anos da gestão, mandato que ele já teria assegurado em votação antecipada realizada no início do ano.
Sobre Jânio Darrot, Bruno Peixoto reconhece o potencial político eleitoral do ex-prefeito e diz que até incentivou que ele fosse incluído nas pesquisas internas. “Eu incentivei a inclusão do nome dele em levantamentos internos. É meu amigo pessoal, me apoiou para deputado estadual e tenho certeza de sua capacidade para gestão de Goiânia”, disse o presidente da Alego em entrevista ao jornalista Altair Tavares.
Sonho de Iris
Embora tenha evitado falar publicamente sobre nomes para 2024 em Goiânia, o que na sua concepção anteciparia o pleito, o governador Ronaldo Caiado disse, em entrevista logo após o desfile cívico-militar em comemoração ao aniversário de 90 anos de Goiânia, realizado na terça-feira (24/10), na Avenida 24 de Outubro, que o seu objetivo é trabalhar para que Goiânia, assim como o Estado, tenha o futuro que o ex-prefeito Iris Rezende sonhou.
“É fazer aquilo que sempre foi um sonho do Iris Rezende que é não deixar que essa cidade tenha favela, por isso nós estamos ampliando os nossos programas sociais entregando educação de qualidade”, disse.
Em tom protocolar, Ronaldo Caiado falou sobre seu modo de gerir o Estado e deixou transparecer que estaria mandando um recado a todos aqueles que estejam ou que pretendam governar um estado ou uma cidade, principalmente a capital. Para o chefe do executivo goiano, ninguém governa sozinho, mas que é fundamental que não se permita que o mandato se torne um balcão de negócios.
“Nós não governamos sozinhos e precisamos fazer mais junto com a prefeitura, o TJ e o MP. Tudo isso só deu certo porque nós entendemos que governar é se aproximar, é não deixar roubar e não deixar o mandato virar um balcão de negócios, dessa forma o dinheiro aparece para melhorar a vida das pessoas”, afirmou Caiado.
