Em entrevista na tarde desta quarta-feira, 26, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), disse esperar que o Supremo Tribunal Federal (STF) prorrogue os efeitos da liminar que suspendeu o pagamento dos serviços da dívida (amortização + juros) do Estado de Goiás, que vence no próximo dia 6 de abril.
Com a suspensão da obrigatoriedade de arcar com a amortização e juros da dívida consolidada do Estado, o governo de Caiado deixou de pagar cerca de R$ 1,5 bilhão no ano passado. O democrata espera incluir Goiás no Regime de Recuperação Fiscal do Governo Federal e assim conseguir fazer frente ao gigantesco rombo encontrado nas contas públicas desde a sua posse, em janeiro de 2019.
Segundo Caiado, o sentimento do Tesouro Nacional, principalmente do secretário do Tesouro Nacional Mansueto de Almeida, é de reconhecimento que Goiás realmente aprovou tudo aquilo que era necessário, apesar de ter feito o IPO da Saneago ao invés da privatização. De acordo com o governador, esse ponto não deve ser um entrave para a aprovação da entrada do Estado no RRF ou, na pior das hipóteses, no Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal (Plano Mansueto).
O Governo Caiado tem feito grande esforço para reequilibrar as contas públicas do Estado. No ano passado, mesmo tendo que pagar 14,5 folhas dos servidores, Ronaldo Caiado conseguiu fechar o ano com superávit orçamentário, o primeiro depois de 7 anos de déficits. Outra conquista do atual governo foi o superávit primário, que, não obstante a meta de R$ 6 bilhões negativos, alcançou quase R$ 3 bilhões positivos.
Ainda assim, Caiado entende que o Estado não tem como sair da situação de calamidade financeira se não conseguir se inserir nos programas federais de socorro aos estados em graves situações fiscais.
“Acredito que a Câmara e o Senado vão dar continuidade a essa situação para que possamos rapidamente, depois de 13 meses, termos a oportunidade renegociar as dívidas e abrir oportunidades para Goiás contratar empréstimos e avançar em obras importantes”, disse Caiado.