A tragédia que aconteceu hoje, 25, em Goiânia, e que vitimou nove menores infratores internos do Centro de Internação Provisória localizado dentro do 7º Batalhão da Polícia Militar, no Jardim Europa, em Goiânia, poderia ter sido evitada se o governo de Marconi Perillo (PSDB) tivesse cumprido o Termo de Ajustamento de Conduta assinado com o Ministério Público de Goiás em 2012.
De acordo com o Jornal O Popular, o TAC firmado em agosto de 2012 previa a construção de pelo menos nove centros de internação para cumprimento de medida socioeducativa, duas de semiliberdade em Goiânia e a reforma de outras três unidades. Com isso, o Centro de Internação Provisória (CIP), no Jardim Europa, em Goiânia, seria desativado.
O governo de Marconi Perillo, no entanto, nunca cumpriu o acordado. Em 2016, a juíza da Infância e Juventude de Aparecida de Goiânia, Stéfane Fiúza, fez um desabafo contra a omissão do tucano e disse que a “polícia prende, a justiça julga e condena, mas o Governo de Goiás não tem cumprido a sua parte, que é disponibilizar vagas para a internação de jovens infratores”.
Após a tragédia, o promotor Publius Lentulus da Rocha, coordenador do Centro de Apoio Operacional (CAO) da Infância e Juventude, lamentou as mortes e reforçou a irresponsabilidade do governo de Goiás com o ocorrido. “Há mais de cinco anos sabe-se que é inadequado, mas não podemos fazer o fechamento por força própria. Tentamos a solução administrativa, que não teve êxito. Partimos para a judicial, que depende de procedimento próprio. Tentamos várias coisas, surgiram evoluções nesse tempo, mas não tudo. Queremos o cumprimento de 100% do que foi acordado. Agora temos de esperar a decisão judicial.”